A memória hídrica envolve mudanças na mobilização de reservas durante a germinação da semente na espécie nativa da Caatinga Cenostigma pyramilade
Açúcares solúveis, amido, embebição da semente, hidratação descontínua, leguminosa arbórea
Dado que a disponibilidade hídrica cumpre papel central na germinação da semente e é um recurso limitante em ambientes áridos e semiáridos, uma série de experimentos foi realizada para caracterizar a cinética de hidratação, a mobilização de reservas e a memória hídrica em sementes de Cenostigma pyramidale, uma leguminosa arbórea nativa da Caatinga. Os testes de germinação foram conduzidos usando a técnica do rolo de papel e os conteúdos de água, reservas e metabólitos foram avaliados durante a hidratação da semente até protrusão da radícula. A cinética de hidratação durante a germinação se ajustou ao padrão trifásico, embora a embebição começou lentamente e se tornou rápida durante a fase I. Uma vez que a absorção de água pela testa foi mais lenta que aquela pelo embrião durante a fase I, a testa estava claramente envolvida na regulação da embebição. Em sementes germinadas sob hidratação contínua, os óleos foram mobilizados nos cotilédones durante as fases I e III, mas os açúcares não redutores acumulados no eixo embrionário sustentaram a fase II. As sementes expostas a um ciclo de hidratação-desidratação revelaram mudanças no processo de germinação quando elas foram reidratadas. A absorção de água se tornou mais rápida pelas sementes intactas ou pelas suas diferentes partes (testa, eixo embrionário e cotilédones). As sementes germinadas sob hidratação descontínua retiveram os óleos, mas mobilizaram os carboidratos nos cotilédones. Estes achados podem contribuir para o entendimento de mecanismos usados pelas sementes de C. pyramidale para responder à hidratação descontínua e podem ser aplicados em protocolos para a produção de mudas.