RESISTÊNCIA NATURAL DA MADEIRA DE CINCO ESPÉCIES FLORESTAIS DO BIOMA CAATINGA EM ENSAIO DE CAMPO
características da madeira, durabilidade, agentes deterioradores.
A madeira apresenta diversas utilidades, podendo ser empregadas para uso em ambientes internos ou externos. No entanto, existem certas desvantagens que comprometem sua durabilidade natural quando submetida em contato direto com o solo. Conhecer a resistência das espécies à deterioração é uma ferramenta importante para aprimorar seu uso e produção para o mercado. O presente estudo teve como objetivo avaliar a resistência natural da madeira de cinco espécies nativas da Caatinga – Pau branco (Auxemma oncocalyx Allemão), Jurema preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.), Jurema-de-embira (Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth), Pereiro (Aspidosperma pyrifolium Mart.) e Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) em ensaios de campo de apodrecimento. Foram abatidas três árvores por espécie e retiradas discos a 0 (base), 25, 50, 75 e 100% da altura comercial do fuste para determinação das propriedades físicas (massa específica básica, teor de umidade e porosidade). Para as análises químicas (holocelulose, lignina, extrativos e cinzas) e biológicas (campo de apodrecimento) foi empregada uma tora de 1,10 a 1,20 m obtida da primeira seção de cada árvore. Como padrão de comparação foi utilizada a madeira de Eucalyptus sp. tratada. Para a realização do ensaio em campo de apodrecimento, foram confeccionadas amostras com dimensões de 50 cm de comprimento e 8 a 12 cm de diâmetro, no qual foram distribuídas de forma aleatória no campo entre blocos e linhas com espaçamento de 1,0 e 0,50 m entre si, respectivamente. As amostras permaneceram enterradas verticalmente até a metade do seu comprimento durante 300 dias, sendo realizadas coletas a cada dois meses. Dentre as espécies estudadas, a M. ophthalmocentra foi a que apresentou maior massa específica básica e menor teor de umidade, enquanto a A. pyrifolium obteve massa específica básica mais baixa e teor de umidade elevado, e maior percentual de porosidade. Os maiores valores de extrativos foram encontrados para M. tenuiflora e M. caesalpiniifolia. Os constituintes holocelulose e lignina, não demostraram diferenças entre as espécies. Já a A. oncolalyx expôs maior percentual de cinzas. Na análise de campo de apodrecimento, a A pyrifolium foi a mais resistente, enquanto a M. tenuiflora e M. ophtalmocentra foram as mais atacadas pelos agentes deterioradores.