AVALIAÇÃO DA AÇÃO ANTIMICROBIANA DO
EXTRATO PIROLENHOSO NEUTRALIZADO E BIDESTILADO
pirólise da madeira, vinagre de madeira, resistência microbiana, produtos naturais, antimicrobiano
O extrato pirolenhoso (EP) é um coproduto gerado no processo de pirólise da biomassa vegetal que pode apresentar uma gama de aplicações. Dentre estas aplicações, tem-se como agente antimicrobiano. No entanto, existem afirmações que limitam a ação antimicrobiana que o EP desempenha apenas à fração de ácidos orgânicos presente em sua composição química, gerando dúvidas quanto à sua eficiência como um conjunto. Com isso, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a atividade antimicrobiana do EP, testar a influência do seu pH nesta atividade, avaliar a composição química deste produto e registrar imagens de microscopia eletrônica de varredura (MEV) das células microbianas. As avaliações antimicrobianas, para a determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM), foram realizadas in vitro pelo método de microdiluição em caldo. Para as Concentrações Bactericida e Fungicida Mínimas (CBM e CFM) utilizou-se o método de crescimento em ágar. A composição química do EP e seu concentrado foi determinada por cromatografia gasosa e espectrometria de massas e as imagens MEV foram obtidas com o auxílio de um microscápio eletrônico (Pfeiffer Vacuum – D-35614 Assiar). As análises estatísticas foram realizadas por meio de análise de regressão utilizando o software R (versão 4.1.3). Os resultados obtidos demonstraram que mesmo em pH neutro o EP se mostrou eficaz como antimicrobiano, provando que a sua ação não se limita apenas à uma classe de compostos, mas sim ao seu conjunto. No entanto, o aumento da neutralização influenciou nas concentrações de EP requeridas para a inibição dos microrganismos avaliados. Ambos os EPs, obtidos de B. vulgaris e E. urograndis, desempenharam papel antimicrobiano satisfatório, inibindo o desenvolvimento de todos os microrganismos testados. As imagens de MEV demonstraram que o EP infuencia na morfologia da parede celular dos microrganismos, resultando em alterações em sua estrutura. Conclui-se que esses produtos são promissores ao desenvolvimento de alternativas antimicrobianas eficazes. No entanto, estudos posteriores são necessários para firmar o seu uso, ressaltando a necessidade de testes in vivo.