Atividade antibacteriana e antifúngica de extratos pirolenhosos da madeira de Eucalyptus urograndis e Mimosa tenuiflora
Antibióticos alternativos, microrganismos patogênicos, carbonização, extrato pirolenhoso
O presente trabalho objetivou avaliar a atividade antibacteriana e antifúngica de dois tipos de extrato pirolenhoso (EP) obtidos da carbonização de madeira de jurema preta (Mimosa tenuiflora) e do clone GG100 (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis). Cunhas de madeira foram carbonizadas em mufla de laboratório a uma taxa de aquecimento de 1,25°C/min até temperatura final de 450°C. A fumaça da carbonização foi passada por um condensador para obtenção dos líquidos da pirólise. Os condensados brutos foram bidestilados a vácuo (1 mmHg) para obtenção do EP purificado e isento de alcatrão. Foi avaliado o efeito do EP bruto (100%) e em diluições de 50 e 20% sobre cepas multi-resistentes de Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853) e Staphylococcus aureus (ATCC 25923) pelo método de difusão em ágar. Duas leveduras foram também avaliadas, Candida albicans (ATCC 10231) e Cryptococcus neoformans. Halos de inibição foram observados na faixa de 15 a 25 mm de diâmetro. Os EP's tiveram a composição química determinada por GC-MS. Análises de regressão foram feitas e ajustados modelos estatísticos com os parâmetros diâmetro do halo de inibição x concentração de EP (100, 50 e 20%). A identidade dos modelos e a igualdade dos parâmetros em polinômios ortogonais foi testada. Todos os microrganismos tiveram o crescimento inibido por ambos os EP's mesmo em diluição de 20%. Foi comprovada a viabilidade do uso dos EP's como agentes antibacterianos e antifúngicos.