REABILITAÇÃO BASEADA EM EXERCÍCIOS FÍSICOS PÓS INTERNAÇÃO EM UTI
Síndrome de COVID-19 Pós-Aguda; Exercício de Reabilitação; Exercício Físico
Introdução: A reabilitação física pós-internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desempenha um papel fundamental na recuperação da funcionalidade e da qualidade de vida dos pacientes. Durante a internação, a imobilidade prolongada, combinada com a gravidade da condição clínica, pode resultar em fraqueza muscular, diminuição da capacidade cardiovascular e prejuízos nas funções respiratórias. A implementação de exercícios físicos durante e após o período de internação pode ser crucial para mitigar esses efeitos e promover a reabilitação efetiva. Objetivo: Este estudo objetivou analisar a eficácia de um programa de reabilitação física em pacientes que passaram por longas internações em UTI. Metodologia: Foram adotadas abordagens teórico-metodológicas em consonância com a complexidade do tema: (a) Reabilitação Cardiopulmonar e Funcional em Sobreviventes de COVID-19; (b) Efeitos de um Programa de Reabilitação Física na Aptidão Física de Indivíduos Pós-COVID: um Protocolo para Revisão Sistemática e Meta-Análise; (c) Reabilitação por Meio de Exercício Físico em Indivíduos Pós-COVID: uma Revisão Sistemática; e (d) Estudo Experimental Randomizado sobre o Impacto de um Programa de Reabilitação Baseado em Exercícios Físicos após longa internação em UTI. Resultados: No artigo editorial geral, foi proposto que a reabilitação pós-COVID-19 seja iniciada nos primeiros três meses, visando melhorar a função pulmonar, a tolerância ao exercício e reduzir sintomas de ansiedade e depressão. Avaliar as condições de saúde e criar um programa personalizado é essencial para o retorno funcional e emocional do paciente à sociedade. O artigo de revisão sistemática indicou que a atividade física, é eficaz na reabilitação de pessoas que se recuperaram da COVID-19, promovendo melhorias físicas, fisiológicas e psicológicas. O treinamento de força, com exercícios para membros inferiores e superiores, é o mais impactante, sendo recomendado três séries de 10 repetições, complementando o treinamento respiratório. No estudo experimental randomizado, os resultados revelaram, na comparação entre os grupos GEm e GEmTMI, diferenças significativas no teste de caminhada de 6 minutos (TC6) antes da intervenção (p=0,043) e no Índice de Atividade Física (IPAQ) após a intervenção (p=0,002). Para o grupo total (GEm + GEmTMI), observou-se melhora significativa em todas as variáveis analisadas após o programa de seis semanas, incluindo qualidade de vida (SF-36), capacidade funcional (PCFS), nível de atividade física (IPAQ), força muscular respiratória, entre outros. Em particular, destacaram-se melhorias nos parâmetros SF-36 (Limitação por Aspectos Físicos: p=0,006 e Aspectos Sociais: p=0,009), PCFS (p=0,011), IPAQ (p=0,012) e nos testes TC6 (m), TSL (5Rep- seg), TSL (1min), TUG, Preensão Manual (Dir), Preensão Manual (Esq), PEmáx e PImáx, todos com p<0,001. Conclusão: A reabilitação física baseada em exercícios multicomponentes, com ou sem treinamento dos músculos inspiratórios, resultou em melhorias significativas no nível de atividade física, na capacidade funcional, no equilíbrio dinâmico, na aptidão neuromuscular, na força respiratória e na qualidade de vida dos pacientes, tanto nos aspectos físicos quanto sociais.