EFEITO DE UMA SESSÃO DE CAMINHADA EM INTENSIDADE AUTOSSELECIONADA AO AR LIVRE SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL AMBULATORIAL DE IDOSAS HIPERTENSAS FISICAMENTE INATIVAS
PALAVRAS-CHAVE: hipertensão arterial; monitorização ambulatorial da pressão arterial; hipotensão pós-exercício; exercício autosselecionado.
OBJETIVO: o objetivo do estudo foi analisar o efeito de uma sessão de caminhada em intensidade autosselecionada ao ar livre sobre a pressão arterial (PA) ambulatorial de idosas hipertensas fisicamente inativas.
METODOLOGIA: dezoito idosas hipertensas medicadas (64,3 ± 4,5 anos; 29,1 ± 4,5 kg/m²; PA de repouso 120,6 ± 11,5 / 60,9 ± 6,6 mmHg) e fisicamente inativas (< 10.000 passos/dia) participaram desse ensaio clínico controlado e randomizado, com delineamento cruzado. Após avaliação inicial, as idosas participaram de duas sessões em ordem randomizadas: i) sessão de caminhada em intensidade autosselecionada ao ar livre (pista de 400 m) e ii) sessão controle (sem exercício). Ambas as sessões foram realizadas pela manhã entre 7:00:8:00 h. Durante a caminhada a frequência cardíaca (FC), percepção subjetiva do esforço (PSE) e resposta afetiva (RA) foram monitoradas. A PA ambulatorial foi avaliada durante 20 h (vigília: 13 h; sono: 7 h) após as sessões de caminhada e controle através da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). Os resultados estão descritos em média e intervalo de confiança de 95%. A PA sistólica e diastólica no período de 20 h, vigília e sono foi comparada entre as sessões caminhada e controle usando o teste de t de Student pareado. Um p-valor < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
RESULTADOS: a intensidade de caminhada autosselecionada foi 59,6% (52,9-66,2) da FC de reserva, PSE 11 (10-12) e RA +3 (3-4). A PA sistólica foi 3,2 mmHg (0,5-6,0) e 3,6 mmHg (1,0-6,2) menor nos períodos de 20 h e vigília, respectivamente, após a sessão de caminhada quando comparada a sessão controle (p < 0,05). A redução da PA sistólica pós-caminhada apresentou maior magnitude nas seis primeiras horas (~6 mmHg; p < 0,05). Não houve redução da PA sistólica pós-caminhada no período do sono (p > 0.05). Nenhuma alteração da PA diastólica pós-caminhada foi observada no período de 20 h, vigília e sono em relação a sessão controle (p > 0,05).
CONCLUSÃO: a sessão de caminhada em intensidade autosselecionada ao ar livre reduziu a PA sistólica no período de 20 h e vigília em idosas hipertensas, principalmente nas primeiras seis horas. Considerando que as idosas reportaram a sessão como leve-moderada e prazerosa, a caminhada em intensidade autosselecionada parece ser uma alternativa inicial interessante para idosas hipertensas fisicamente inativas.