MORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS NO BRASIL: ANÁLISE DOS DETERMINANTES SOCIODEMOGRÁFICOS E EPIDEMIOLÓGICOS
Mortalidade; Diabetes mellitus; Determinantes sociodemográficos; Determinantes epidemiológicos
O mundo, assim como o Brasil, em particular, tem enfrentado, nas últimas décadas, uma série de mudanças no seu perfil sociodemográfico, epidemiológico e nutricional. Entre essas modificações está a alteração na estrutura etária, com o aumento da população idosa; e as mudanças comportamentais e de hábitos de vida, traduzidas em um novo padrão alimentar (baseado no consumo excessivo de calorias), o qual, associado ao sedentarismo, têm sido discutidos como fatores de risco no aumento da prevalência das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Particularmente, o Diabetes mellitus (DM) tipo 2, tem avançado significativamente enquanto morbidade e, especialmente, como causa de mortalidade, principalmente, a partir dos 60 anos de idade, com forte prevalência, também, entre os 40-60 anos de idade. A literatura científica tem evidenciado que, entre os diferentes tipos de diabetes, o DM 2 tem maior destaque, uma vez que sua característica de múltiplas causas está diretamente ligada à atual realidade do comportamento populacional, apresentando diferenciais entre as regiões geográficas. Associado a essas causas e ao fator genético, é preciso destacar, ainda, a importância dos condicionantes relacionados à ocorrência do problema. Variáveis como idade, sexo, escolaridade e renda, podem ter um relevante poder explicativo para a mortalidade por DCNT. Além dessas variáveis, as informações que compõe o perfil epidemiológico e nutricional também auxiliam num melhor entendimento acerca do evento mortalidade por DM tipo 2. Diante desse contexto se constitui, como objetivo geral deste trabalho, identificar e descrever os principais condicionantes sociodemográficos da mortalidade por Diabetes mellitus tipo 2 na população brasileira, suas grandes regiões e Unidades Federativas (UF), com foco especial na região Nordeste, tomando por referência o período de 2000-2014. Serão utilizados como fontes de dados o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (Atlas BR-2013), do PNUD, bem como a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013. Trata-se de um estudo descritivo e multivariado, com foco na mortalidade proporcional (Mp) por Diabetes Mellitus (MpDM), onde as UF brasileiras serão tomadas como unidades básicas de análise. Serão realizadas análises descritivas, com o emprego de ajustes de modelos de regressão linear múltipla (MRLM), tomando-se a MpDM como variável resposta e indicadores de educação, renda e pobreza, como variáveis explicativas. Também será realizada uma análise estatística não paramétrica, com emprego do teste de Mann-Whitney, para medir as diferenças da MpDM e indicadores sociodemográficos entre dois grupos de UF, sendo um representado pela região Nordeste e outro por UF de regiões mais desenvolvidas do país como a Sul, Sudeste e Centro-Oeste.