Fatores Associados ao Rastreamento de Câncer de Mama e Colo do Útero no Brasil: Uma Análise Regional com Dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019
Rastreamento do câncer de mama; Rastreamento do câncer do colo do útero; Mamografia; Teste de Papanicolau; Desigualdades em saúde
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) representam um dos maiores desafios para a saúde pública global, com o câncer sendo uma das principais causas de morte. No Brasil, o câncer de mama é o tipo mais frequente entre as mulheres, enquanto o câncer do colo do útero, embora prevenível por vacinação, ainda apresenta altas taxas de incidência e mortalidade. O rastreamento regular por mamografia e exame de Papanicolau é fundamental para a detecção precoce dessas doenças e o aumento da sobrevida. No entanto, a adesão a esses exames varia significativamente entre as diferentes regiões do país, evidenciando a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre os fatores que influenciam essa prática. Este estudo tem como objetivo principal identificar os fatores associados à realização do rastreamento por mamografia e exame de Papanicolau no Brasil, considerando as desigualdades regionais. Utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, será empregado o modelo de Regressão de Poisson com variância robusta para investigar a associação entre a realização desses exames e um conjunto abrangente de variáveis, incluindo características sociodemográficas (idade, escolaridade, renda, raça/cor, situação de domicilio), estilo de vida (tabagismo, consumo de álcool, atividade física), uso de serviços de saúde (cobertura de plano de saúde, consulta média nos últimos 12 meses) e condições de saúde (percepção do estado de saúde e número de doenças crônicas). Serão estimadas razões de prevalência bruta e ajustadas, juntamente com os respectivos intervalos de 95% de confiança. Os resultados deste estudo podem subsidiar a formulação de políticas públicas mais eficazes para aumentar a adesão ao rastreamento desses cânceres em todo o país, especialmente nas regiões mais carentes. Além disso, este estudo pode contribuir para a redução das desigualdades em saúde no Brasil, uma vez que o acesso aos serviços de saúde é um dos principais determinantes da adesão ao rastreamento.