Análise dos perfis das redes de migração no Brasil: tendências contemporâneas da distribuição espacial da população nós anos de 1991, 2000, 2010 e 2022.
Migração interna; Redes espaciais de migração; Teoria dos Grafos; Distribuição populacional
O Brasil experimentou uma reestruturação produtiva e descentralização econômica na década de 1970, resultando em uma "desconcentração populacional". Migrações internas tornaram-se significativas, impulsionando mudanças sociais ao longo das décadas, especialmente na industrialização e urbanização. Esse movimento foi influenciado pelo estágio avançado da transição demográfica, com estabilização da mortalidade e declínio da fecundidade. Na década de 1980, ocorreram mudanças nas direções das migrações, com um aumento nos deslocamentos dentro das regiões e estados, além de movimentos de retorno para o Nordeste, devido à descentralização industrial e desenvolvimento regional. O saldo migratório negativo reduziu-se ao longo do tempo, refletindo um contexto de mudanças econômicas e sociais. As migrações internas tornaram-se mais reversíveis, influenciadas por fatores econômicos, políticos e sociais em constante mudança. A análise das redes espaciais de migração revela as conexões entre os locais de origem e destino, permitindo uma compreensão dinâmica e multifacetada dos movimentos migratórios. A Teoria dos Grafos é aplicada para modelar essas relações complexas, auxiliando na compreensão das dinâmicas migratórias. Apesar da redução no volume das migrações internas, as tendências contemporâneas apontam para novas especificidades no processo. O estudo proposto visa preencher lacunas na compreensão dessas redes, analisando os perfis migratórios ao longo do tempo e suas influências sociodemográficas. A análise de redes espaciais de migração emerge como uma abordagem relevante para compreender a dinâmica de redistribuição populacional no Brasil. Esta tese de doutorado visa explorar as mudanças nas redes de migração ao longo do tempo, identificando padrões e influências socioeconômicas e culturais. Pretende-se preencher lacunas na compreensão dos fluxos migratórios internos, utilizando métodos avançados de análise de redes e teoria dos grafos, com o objetivo de responder às seguintes perguntas: Como as redes espaciais de migração ajudam a compreender a dinâmica de distribuição espacial da população no Brasil e quais são as novas tendências de migração?