Diferenciais regionais na mortalidade por causas externas no Brasil: anos de vida perdido e efeitos na expectativa de vida.
Mortalidade; Causas Externas; Anos de Vida Perdidos; Expectativa de vida.
As causas externas de morbimortalidade se configuram como problema de saúde pública, e repercutem na dinâmica demográfica e social ao provocarem incapacidades e mortes. Tendo como objetivo analisar os diferenciais regionais na mortalidade por causas externas no Brasil quanto aos anos de vidas perdidos e os efeitos na expectativa de vida, trata-se de estudo retrospectivo nas grandes regiões do Brasil, com dados de mortalidade por todas as causas e por causas externas (capítulo XX) da 10ª Revisão da Classificação Estatistica Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), por meio do Sistema de Informações sobre Mortalidade(SIM), por residência, sexo e grupo. Os dados de população foram obtidos dos Censos 2000, 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) e 2019 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Os dados ignorados por sexo e grupo etário foram distribuídos proporcionalmente. Para os dados de mortalidades sujeitos ao subregistro, realizou-se a correção com o método Gerações Extintas Ajustado (GE-Aj). Foram calculadas tábuas de vida com único e com múltiplos decrementos, excluindo-se as mortes por causas externas para comparar a expectativas de vida em cada região do Brasil por ano e por sexo. Foram ainda, estimados os Anos de vida perdidos pelas causas externas. As estimativas produzidas para os anos de 2000, 2010 e 2019 representaram ganhos em anos na expectativa de vida para todas as regiões quando excluídos os óbitos por causas externas. Para o sexo masculino os maiores ganhos ocorreram para as regiões norte e nordeste no ano 2010 chegando a mais de 4 anos em ganhos considerando a ausência das mortes. Para o sexo feminino, os maiores ganhos ocorreram para a região norte no ano 2010 chegando a quase 2 anos. A região centro-oeste apresentou aumento nos ganhos em anos para o ano 2019. Quanto aos Anos de Vida Perdidos pela ocorrência de óbitos pelas causas externas tanto para o sexo masculino quanto para o feminino a região sudeste representa a região em maior número de anos perdidos, mas para os homens é também a que mostrou maior queda dentre os anos deste estudo. Em lado oposto a região norte que apresentava baixo número de anos perdidos teve aumento nos anos 2010 e 2019. As regiões nordeste e centro-oeste tiverem aumento para 2010 e mantiveram em 2019. Para o sexo feminino, observou-se um aumento nos anos de vida perdidos em todas as regiões de 2000 para 2010 e de 2010 para 2019. O número médio de Anos de Vida Perdidos teve maior número médio para os homens de 23,69 anos na região norte em 2000 e o menor na região sul com perda de número médio de 19,96 anos em 2000. Para as mulheres o ano 2010 representou o ano com maior número médio de anos perdidos em todas as regiões com exceção da região sudeste, e em média cada mulher morta perdeu 19,02 anos de vida na região norte em 2000. Este estudo poderá apoiar planejamentos/ações estratégicas intersetoriais voltadas à causas externas.