Banca de QUALIFICAÇÃO: BRENDA LUÍZA PATRIOTA LIMA E SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : BRENDA LUÍZA PATRIOTA LIMA E SILVA
DATA : 16/02/2023
HORA: 14:30
LOCAL: Videoconferência via Gerência de Redes do CCET/UFRN
TÍTULO:

ANÁLISE DO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DAS VIÚVAS DA SECA NO SEMIÁRIDO SETENTRIONAL DA PARAÍBA   (1970 – 2010)


PALAVRAS-CHAVES:

Migração; Seletividade migratória; Semiárido Setentrional; Papeis de gênero; Dinâmica familiar.


PÁGINAS: 89
RESUMO:

Viúvas da seca é o termo utilizado por Ab’Saber (1999) para caracterizar a população de mulheres viúvas de maridos vivos, deixadas para trás nos fluxos migratórios empreendidos seletivamente por sexo e idade laboral. Tal fenômeno se tornou frequente em toda a região Nordeste, em especial no semiárido setentrional, região das secas mais severas, que tornam a economia frágil e incapaz de reter mão de obra no período no qual se inicia a segunda transição demográfica brasileira. A série histórica de 1970 a 2010 propõe acompanhar as alterações no perfil sociodemográfico das mulheres viúvas da seca através dos dados do Censo Demográfico brasileiro, ocasionadas pelas mudanças ideacionais difundidas durante a segunda transição demográfica (LESTHAEGHE E SURKIN, 1988). Tendo como população de análise aquela entre 15 a 49 anos de idade, por cobrir o período reprodutivo, e coincidir com a idade na qual há maior probabilidade de coabitação consensual, divórcio, filhos, assim como ser a idade na qual a migração laboral encontraria maiores fluxos do sexo masculino. Devido à dificuldade em encontrar quesitos sobre a migração para toda a série, propõe-se inicialmente a utilização da Razão de Sexo como proxy à emigração masculina na região do semiárido setentrional nordestino em 1970, composto por 754 municípios. Segundo o Grupo de Foz (2021) variações nesse indicador carecem de maiores explicações para compreensão da composição por sexo da população observada, podendo ser a migração seletiva por sexo uma de suas causas. A Razão de Sexo para a região supracitada no referido ano foi categorizada em três níveis, sendo o mais elevado aquele que incluí municípios cuja Razão de Feminilidade fora superior à 130 mulheres para cada grupo de 100 homens, neste grupo encontram-se 26 municípios, dos quais 14 fazem parte da unidade federativa da Paraíba. Logo, a grande expressividade de municípios paraibanos nesse recorte, recai na necessidade de maiores investigações para a compreensão da ocorrência do fenômeno na Paraíba, utilizando o saldo migratório para comprovar que o diferencial da Razão de Sexo inicialmente observado se deu pela emigração masculina e não pela imigração feminina para o estado. As análises preliminares possibilitam comprovar pressupostos como o de Camarano e Abramovay (1999) no qual a masculinidade seria maior em áreas rurais, assim como a Razão de Dependência Jovem seria maior nessas áreas que nas áreas urbanas. Da mesma forma que a transição urbana destacada pelo Grupo de Foz (2021), primeiramente sustentada por Zelinsk (1971) coopera para a redução dos fluxos migratórios a longa distância e maiores fluxos a média e curta distância com a reurbanização de novos espaços migratórios ocasionando descentralização produtiva, sobretudo após o ano 2000 com as políticas de interiorização do ensino profissionalizante e superior. Assim como períodos de crise econômica incentivam os fluxos de retorno, conforme Dota e Queiroz (2019) apresentam, os dados encontrados no saldo migratório afirmam a redução da emigração e o aumento da imigração ao longo da série histórica. Posteriormente, a próxima etapa deve incluir análises sobre o nível de chefia feminina declarada no estado da Paraíba, região Nordeste e Brasil, para a observação concomitante ao estado de união declarado, no qual espera-se encontrar maiores volumes de união consensual que casamentos civis, cuja instabilidade das uniões seria responsável pelo aumento das famílias monoparentais de chefia feminina no grupo de municípios selecionados para o estudo de caso. De modo que o último grau de instrução da mulher possa ser comparado com a sua condição de ocupação e com o número de filhos, sinalizando o tradeoff da quantidade pela qualidade dos filhos (BECKER, 1962), bem como a redução da fecundidade conforme maiores níveis de escolaridade feminina.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EDUARDO MARANDOLA JR
Interna - 1715284 - LUANA JUNQUEIRA DIAS MYRRHA
Presidente - 1880578 - RICARDO OJIMA
Notícia cadastrada em: 13/02/2023 10:57
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