EFEITOS DE IDADE, PERÍODO E COORTE NA PEGADA ECOLÓGICA BRASILEIRA: uma análise da relação população-consumo-ambiente em domicílios de nove regiões metropolitanas
POPULAÇÃO; MEIO AMBIENTE; CONSUMO; PEGADA ECOLÓGICA; IDADE-PERÍODO-COORTE
O consumo é historicamente um importante mediador na relação entre a população e ambiente. No entanto, esta relação quase sempre foi compreendida sob o viés malthusiano, sendo negligenciadas outras dimensões demográficas. Compreender o consumo em sua plenitude exige a exploração de diversas áreas de conhecimento, notadamente das ciências sociais, pois é necessária a consideração de aspectos sociais, econômicos, comportamentais, éticos e de valores. Uma forma de captar essa vasta gama de fatores é fazer uma análise de idade-período-coorte (APC). Nesse sentido, o objetivo principal da pesquisa é identificar e entender os efeitos da idade, do período e da coorte na evolução da Pegada Ecológica dos domicílios de 9 regiões metropolitanas do Brasil (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre) a partir da utilização de modelos APC nos dados da Pesquisa de Orçamento Familiares – POF, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em suas 5 edições: 1987-1988, 1995-1996, 2002-2003, 2008-2009 e 2017-2018. Como medida de consumo, este trabalho propõe utilizar o conceito de Pegada Ecológica, que representa tamanho da área terrestre necessário para sustentar determinado estilo de vida e considera diversas formas de consumo de uma população. As dimensões do consumo domiciliar contempladas neste trabalho se referem aos gastos referentes à água, energia elétrica, combustíveis domésticos e combustíveis veiculares. Como resultados, espera-se verificar a evolução dos diferenciais regionais e sociodemográficos na PE per capita domiciliar na última edição da POF. Com a aplicação do modelo APC, será possível identificar coortes que tenham maiores níveis de consumo; quais grupos etários apresentam as maiores pegadas ecológicas e em que grau determinados períodos contribuíram para o recrudescimento ou arrefecimento do consumo da população. Além disso, um resultado secundário da pesquisa que pode ser explorado é calcular a PE per capita média por arranjo familiar, verificando assim qual tipologia de família apresentam os maiores níveis de consumo.