MOBILIDADE INTERGERACIONAL DE OCUPAÇÃO DAS FILHAS DE TRABALHADORAS DOMÉSTICAS NAS GRANDES REGIÕES BRASILEIRAS, 2014
Mobilidade Ocupacional; Intergeracional; Grandes Regiões; Brasil
Historicamente o Brasil sempre conviveu com muita desigualdade. De um lado, configura a pobreza absoluta de muitos e, do outro lado, as vantagens de classe advinda da posse de capitais de um grupo restrito. Nesse contexto, onde as chances e/ou oportunidades de vida são mais excludentes, as origens tornam-se potenciais determinantes do ingresso ocupacional futuro dos indivíduos, e as desigualdades sociais são transmitidas entre as gerações. No entanto, estudos sobre mobilidade social e ocupacional no Brasil apontam redução das transferências intergeracionais de baixa qualificação entre pais e filho(a)s, ao longo das últimas cinco décadas. Isso porque, aumentou o volume de filho(a)s que experimentaram mobilidade ascendente, ao passo que também aumentaram as chances de mobilidade social e ocupacional para os distintos grupos de classe. Esse resultado, em parte foi devido às mudanças estruturais - industrialização, urbanização, expansão e interiorização do ensino e desenvolvimento inclusivo notadamente a partir de 2000 - que propiciaram ampliação dos canais de mobilidade intergeracional. As pesquisas no Brasil têm focado na mensuração dos indicadores de mobilidade social e ocupacional dos homens e nas diferenças segundo raça/cor, com isso, a mobilidade intergeracional das mulheres e os grupos ocupados por estas são insipientes na literatura. Nesse contexto, dado o peso relativo e absoluto do emprego doméstico no total das ocupações femininas o principal objetivo desta dissertação é analisar os indicadores de mobilidade intergeracional de ocupação das filhas de trabalhadoras domésticas, estratificados por variáveis demográficas e socioeconômicas, para as Grandes Regiões brasileiras, em 2014. Com isso, o diferencial e contribuição desta dissertação para o avanço das pesquisas é analisar e comparar as rupturas e/ou continuidades entre a geração de mães e filhas, e entre as distintas grandes regiões do país, marcadas por heterogeneidade e diferença no estágio de desenvolvimento. Para tanto, a principal fonte de informações é o Suplemento de Mobilidade Socioocupacional da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2014. E para o alcance dos objetivos propostos, será realizada uma análise descritiva das taxas absolutas de mobilidade em cada uma das cinco Grandes Regiões do Brasil e dos níveis de mobilidade ocupacional segundo as variáveis demográficas e socioeconômicas das filhas de trabalhadoras domésticas.