Banca de DEFESA: ISAC ALVES CORREIA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ISAC ALVES CORREIA
DATA : 23/02/2018
HORA: 10:00
LOCAL: FACE/ Cedeplar - UFMG
TÍTULO:

Vulnerabilidade e adaptação no Seridó Potiguar: a (i)mobilidade e estratégias domiciliares


PALAVRAS-CHAVES:

Migração; Composição Demográfica Domiciliar; População e Ambiente; Mudanças Climáticas; Seca


PÁGINAS: 79
RESUMO:

Estudos recentes apontam que os eventos climáticos se intensificarão e podem levar ao deslocamento de populações inteiras em algumas localidades, principalmente nas regiões semiáridas, onde o fenômeno da seca é recorrente. Nesse sentido a migração, dentre outras estratégias como a regulação da fecundidade, podem ser entendida como alternativas para as famílias se ajustarem às situações de ameaça de escassez de recursos ou perda de status. Contudo, a associação entre mudança ambiental e migração ainda é inconclusiva, tanto pela dificuldade de dissociação de motivações individuais e de caráter econômico, quanto pelas limitações das pesquisas populacionais. Além disso, a migração é apenas uma dentre uma gama de estratégias de adaptação às mudanças ambientais. Partindo dos dados censitários e de um survey realizado a partir de janeiro de 2017 com mais de mil domicílios urbanos do Seridó Potiguar, o principal objetivo desse trabalho é entender como as famílias ao perceberem a presença de ameaças com os eventos climáticos extremos e as mudanças climáticas, ajustam suas respostas. Esse trabalho também se propõe a entender como a composição demográfica domiciliar e questões políticas institucionais podem afetar nas decisões desses domicílios. Os principais resultados mostram que a composição demográfica domiciliar tanto pode ter influenciado as decisões quanto é resultado do processo migratório. Sobretudo, a menor proporção de crianças com menos de 15 anos de idade para os domicílios com emigrante sugere a combinação de estratégias de adaptação com a regulação da fecundidade e a migração. As remessas enviadas pelos emigrantes para as suas famílias na região de origem foram mais presentes para famílias com níveis de renda mais baixos, de até dois salários mínimos per capita. As motivações para as migrações na região do Seridó são diversas, assim como os motivos para não migrar que são decisões complexas que, geralmente, envolvem certo grau de motivações individuais e ao mesmo tempo coletivas e de caráter domiciliar. Embora maior parte dos domicílios que não optaram pela migração perceba determinadas situações de risco no lugar de origem, o tipo de resposta a essas pressões pode variar de acordo com a capacidade das instituições. Os programas de transferência de renda demostraram grande relevância nesse processo seja pelo apoio aos domicílios sem emigrantes ou pelo subsídio a emigração de pelo menos um morador. Por fim, conclui-se que a migração e/ou a oferta de trabalho nos espaços urbanos têm se constituído ferramentas importantes para as famílias lidarem com o risco, seja com as secas ou por pressões de natureza endógena. Assim, a concentração da população na zona urbana que parece ser resultado dessas mudanças, embora apresente determinadas vantagens, especialmente falando das estratégias domiciliares como a busca por ocupações no mercado de trabalho urbano para incrementar a renda familiar, exige instituições bem fortalecidas para gerenciar os riscos.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1880578 - RICARDO OJIMA
Externo à Instituição - ALISSON FLAVIO BARBIERI - UFMG
Externo à Instituição - SILVANA NUNES DE QUEIROZ - URCA
Notícia cadastrada em: 16/02/2018 16:31
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