Hábitos saudáveis relacionados à boca: um estudo sociodemográfico a partir da Pesquisa Nacional de Saúde 2013,
Saúde bucal; Estilos de vida; Hábitos de cuidado
O importante processo de envelhecimento que vem ocorrendo no Brasil repercute no perfil epidemiológico da população e de maneira análoga no perfil de adoecimento bucal dos indivíduos, onde se constata uma diminuição na prevalência de cárie dentária, diminuição do edentulismo e aumento de doença periodontal entre os grupos etários adultos. Os principais agravos bucais em todo o mundo estão associados ao acúmulo de placa dental bacteriana, e esta condição, entre outros fatores, são fortemente influenciados pelo estilo de vida, comportamento e hábito de cuidado do indivíduo. Por isso, um crescente interesse na avaliação de comportamentos e hábitos individuais surge na atualidade como uma maneira de tornar possível identificar os ganhos em saúde a partir da via da prevenção. Como fator determinante da qualidade de vida, a saúde bucal se insere neste contexto de ganho de saúde a partir da prevenção graças a seu impacto no estado de saúde geral dos indivíduos, e a sua participação em funções vitais como: respirar, falar, beijar, sorrir, sentir gosto, mastigar e engolir. Nesse sentido, um padrão de cuidado satisfatório da saúde dos dentes é a chave para prevenção direta de inflamação gengival, de periodontite, de perda dentária e da halitose, e indireta, de alterações oclusais, possíveis problemas articulares e câncer bucal. As medidas disponíveis para uma melhor higiene da boca, além da adoção de hábitos alimentares e de estilos de vida adequados são eficazes na promoção da saúde oral. No entanto, a adesão a um determinado padrão de cuidado não se processa da mesma forma nos diferentes ciclos de vida e por isso a necessidade de se conhecer o comportamento dos hábitos relacionados à saúde da boca entre os grupos etários, a partir de diferentes desfechos, demográficos (como sexo, raça/cor) e socioeconômicos. Nesta perspectiva, o objetivo central deste trabalho foi conhecer, entre os brasileiros acima de 18 anos, como se processam Hábitos Saudáveis relacionados à boca, por meio de uma medida síntese; e os intermediários foram: investigar Hábitos Saudáveis relacionados à boca (HSBo) nos ciclos de vida e quais os principais fatores associados. Utilizou-se os dados do módulo especifico de saúde bucal provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em parceria com o Ministério da Saúde. Como recurso metodológico, analises descritivas das variáveis foram realizadas e, através da Teoria de resposta ao Item, foi construída uma medida síntese com significado relativo aos 'Hábitos Saudáveis relacionados à boca'. Os resultados apontam mulheres como mais adeptas aos hábitos saudáveis de impacto bucal, e a perda de adesão aos cuidados bucais, especificamente higiene bucal, nos grupos etários de idade mais avançada. No geral a maioria dos brasileiros possuem hábitos saudáveis em relação à boca.