Envelhecimento e mortalidade de idosos por doenças crônico-degenerativas nas capitais do Nordeste: fatores socioeconômicos e demográficos, 2000 e 2010
Envelhecimento e mortalidade de idosos por doenças crônico-degenerativas nas capitais do Nordeste: fatores socioeconômicos e demográficos, 2000 e 2010
Estimativas da ONU apontam que os idosos corresponderão a 2 bilhões de pessoas no mundo em 2050, embora ainda prevalecerão diferenças regionais. No Brasil, a acelerada mudança demográfica em andamento, decorrente do declínio da mortalidade e, mais especificamente da fecundidade, trouxe perspectivas concretas do aumento relativo do número dos idosos, em conseqüência do envelhecimento populacional. Neste processo ocorre a redução progressiva do número de crianças e adolescentes de modo a mudar o perfil da estrutura etária populacional, em vista da redução no número de jovens ao longo do tempo, levando ao aumento relativo da população acima de 60 anos. No Nordeste, além da migração da população jovem para outros estados, o forte declínio da fecundidade corroborou para o processo de envelhecimento da população nordestina e o aumento do contingente populacional idoso. Dentro dessa perspectiva, o envelhecimento populacional é uma temática que vem merecendo atenção nos últimos anos, principalmente quando se verifica que fatores socioeconômicos margeiam as condições de vida dos idosos e que determinadas causas de morte estariam atreladas às doenças crônico-degenerativas daquela população. Nesse sentido, o trabalho tem como objetivo avaliar o envelhecimento populacional nas capitais nordestinas,
identificando aspectos socioeconômicos e demográficos dos idosos e suas causas de morte em 2000 e 2010. Os dados sobre a população idosa (60 anos ou mais) são oriundos do Censo Demográfico (1980, 1991, 2000 e 2010). Para identificar as capitais mais envelhecidas, utilizou-se indicadores de envelhecimento como a proporção de idosos, índice de envelhecimento, razão de dependência de idosos e índice de longevidade para a Análise de Cluster ou Conglomerados. As variáveis raça/cor, renda domiciliar per capita, estado civil, religião e nível de instrução foram utilizadas para retratar os aspectos socioeconômicos dos idosos nas capitais nordestinas. Já em relação às causas de morte entre esta população, utilizou-se dos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) para verificar a associação entre variáveis socioeconômicas e as causas de morte dos idosos, a partir da Análise de Correspondência. Os resultados preliminares deste trabalho apontam que as capitais Natal e Recife são as mais representativas no processo de envelhecimento populacional. As características socioeconômicas evidenciam uma preocupação em relação às condições de vida dos idosos, tendo em vista o baixíssimo nível de escolaridade e de rendimento da população idosa residente nas capitais nordestinas. Em relação às causas de mortes dos idosos, verificou-se que houve uma diminuição relativa nas causas de morte, especialmente por doenças neoplásicas, do aparelho respiratório e digestivo. Contrariamente, as doenças endócrinas aumentaram no período, enquanto que as doenças circulatórias tiveram um relativo descenso. Além disso, os resultados também apontam para uma forte associação entre as causas de morte e fatores socioeconômicos.