DIFERENCIAIS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS NA EXPECTATIVA DE VIDA SAUDÁVEL DOS IDOSOS PARA O BRASIL E GRANDES REGIÕES EM 2013
Envelhecimento Populacional; Longevidade; Expectativa de Vida Saudável; Incapacidade Funcional; Idosos
A população brasileira vem passando por uma rápida mudança em sua estrutura etária, como consequência de mudanças em sua dinâmica demográfica. Nesse contexto, observa-se uma redução na proporção de crianças e jovens, rapidez no processo de envelhecimento populacional e aumentos tanto na expectativa de vida ao nascer quanto na longevidade da população. Com ganhos de sobrevivência em quase todas as idades, em especial a partir dos 60 anos, analisar as condições de saúde dessa população sobrevivente sendo cada vez mais longeva é importante para identificar a qualidade desse tempo de vida adicional. Não obstante, sendo o Brasil um País de contrastes regionais, é importante analisar os impactos do envelhecimento populacional e dos ganhos de longevidade diante dos diferentes contextos socioeconômicos e demográficos nas Grandes Regiões do Brasil. Este estudo estimou e analisou um indicador que incorpora, conjuntamente, mudanças no nível de mortalidade e nas condições de saúde da população idosa, por características socioeconômicas e demográficas entre as Grandes Regiões do Brasil em 2013. As informações sobre mortalidade foram extraídas das tábuas oficiais de mortalidade de 2013 publicadas pelo IBGE. Enquanto que, a condição de saúde da população foi obtida com base nas informações sobre atividades da vida diária, coletadas na Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. Assim, analisaram-se os diferenciais regionais, socioeconômicos e demográficos na Expectativa de Vida Livre de Incapacidade dos idosos residentes no Brasil em 2013. Como principais resultados observou-se que as mulheres viviam mais do que os homens, mas estavam em desvantagem em termos de EVLI. Para o Brasil, aos 60 anos, uma mulher teria uma sobrevida ativa de 19,4 anos e poderia esperar viver 4,0 anos com incapacidade funcional, os valores para a população masculina seriam 17,3 e 2,6 anos, respectivamente. O subgrupo dos menos escolarizados, que vivem no Norte e Nordeste brasileiro, é o que apresenta maior desvantagem em termos de EVLI, além de estarem abaixo da média nacional. No entanto, diferenças por raça e educação não foram estatisticamente significativas na maioria das Grandes Regiões. Verificar os diferenciais na EVLI é importante, pois os resultados podem servir como subsídio para o planejamento das políticas públicas voltadas aos cuidados com o idoso, definindo prioridades para um envelhecimento saudável e minimização das demandas futuras na área da saúde, com uma maior atenção para aqueles que se encontram em desvantagens.