COMÉRCIO INFORMAL: O mercado de trabalho dos Mascates crediaristas
Mascateação; Informalidade; Ocupação; Relações sociais.
Essa pesquisa abordará sobre a experiência do comércio informal, sob os moldes da antiga
mascateação, tendo como ponto de partida o munícipio de Tenente Ananias/RN, se
ramificando pelo Norte e Nordeste do Brasil. Procurando compreender a lógica das
iniciativas locais e como se formou e moldou a massa de trabalhadores no país, a partir
da abolição da escravatura e no período da industrialização; as mudanças nos padrões de
consumo e as consequências que esses fatos históricos trouxeram para o mercado de
trabalho, qual seja, a informalidade. Tem como objetivo geral investigar como se
reproduz o circuito do comércio de crediário informal a partir do município de Tenente
Ananias/RN pelos estados do Norte e Nordeste e quais são os laços econômicos e sociais
que sustentam tal atividade. Os objetivos que nortearão a edificação desse trabalho serão
pautados em três tipos de pesquisa: a bibliográfica, documental e de campo. Para o
desenvolvimento da pesquisa, o recurso metodológico que será utilizado como meio de
obter dados primários será o da história de vida, o que possibilitará uma maior autonomia
aos entrevistados acerca do relato de sua própria experiência. Será elaborado um roteiro
de entrevista que norteará a coleta de informações com uma família de crediaristas
(mascates) colaboradores dessa investigação. Para tanto, com o intuito de verificar a
reprodução da atividade serão entrevistados os membros da família pioneira na atividade
no município; averiguando na família, a origem, a motivação, a evolução, os circuitos, os
laços de confiança, as redes, a reciprocidade e a reprodução da atividade de mascateação.
Os resultados poderão evidenciar as hipóteses de que o grupo estudado pertence a uma
base social forte, indicando que a reprodução da atividade não depende apenas de fatores
econômicos, mas também de redes de sociabilidade que estruturam e fortalecem o grupo
estudado, reforçando o território como um lugar em que há construção local a partir da
história, das relações sociais e da identidade, que pode existir algum vínculo de
enraizamento social, através de “laços fortes” onde “a ação econômica é socialmente
situada”. E suas ações podem estar imersas em sistemas concretos, contínuos, de relações
sociais, ou seja, em redes sociais. O grupo pesquisado serve como referência para a
compreensão de relações que se multiplicam pelo Brasil afora sob outras faces da
informalidade