O impacto do uso e ocupação do solo na proteção de mananciais: A relação entre o setor imobiliário-turístico e as Áreas de Preservação Permanente ripárias na Área de Proteção Ambiental Bonfim-Guaraíra/RN”.
Área de Proteção Ambiental; Áreas de Preservação Permanente; empreendimentos imobiliário-turísticos; uso e ocupação do solo; proteção de mananciais.
As atividades turísticas tornaram-se um fenômeno de importância econômica, política e cultural no século XX. O forte papel econômico que a atividade passa a desempenhar se destaca no avanço do processo de urbanização e no crescimento da população urbana, ocupando um papel fundamental e crescente no processo de reestruturação do espaço litorâneo brasileiro, estando diretamente relacionado com a formação de novas regiões metropolitanas, sobretudo na região Nordeste. A expansão física da Região Metropolitana de Natal e sua integração funcional intensifica-se a partir dos anos 1990, através da implantação de infraestrutura, principalmente turística, concentrada na faixa litorânea. Verifica-se, além da integração metropolitana via orla marítima, uma integração via empreendimentos imobiliários, com a transformação de terra rural em urbanizada e a emergência de novas tipologias de turismo e lazer. Em outras palavras, no Nordeste brasileiro, o mercado financeiro e o mercado imobiliário integram-se por meio das atividades turísticas e das segundas-residências. Os atrativos para a grande maioria dos empreendimentos residem na apropriação privada da paisagem e dos recursos naturais, que necessitam estar envolvidos diretamente nos projetos a fim de proporcionar contato direto aos turistas. A Área de Proteção Ambiental Bonfim-Guaraíralocaliza-se justamente na região majoritária de expansão da atividade turística no estado depois da capital. Conhecendo os diversos impactos causados pela atividade turística, neste caso associada ao mercado imobiliário, dá-se especial atenção aqui à relação desses empreendimentos com o complexo de rios e lagoas da APA, elementos atrativos de grande potencial paisagístico e ao mesmo tempo fundamentais para a recarga das bacias hidrográficas que abastecem a região. Considera-se a tendência desses empreendimentos de se localizarem próximo a corpos d’água superficiais e ambientes naturais preservados, utilizando-se dos atributos naturais da paisagem como atrativos turísticos. Como as faixas de vegetação ao redor de rios e lagoas são, essencialmente, caracterizadas como Áreas de Preservação Permanente, como condicionantes básicas da preservação dos mananciais, logo, a localização desses empreendimentos vai relacioná-los estreitamente com essas áreas naturais especialmente protegidas, impondo, consequentemente, maior responsabilidade sobre a proteção de nossos mananciais.