Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOSÉ CARLOS SANTOS CUNHA
DATA : 04/11/2025
HORA: 14:30
LOCAL: Videoconferência via Googlemeet (https://meet.google.com/jiv-ebnt-aoc)
TÍTULO:
ECOMOBILIDADE RELACIONAL: CONEXÕES NA AMBIENTALIZAÇÃO E HUMANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
PALAVRAS-CHAVES:
Ecomobilidade Relacional; Sustentabilidade; Espaço urbano.
PÁGINAS: 179
RESUMO:
O modelo convencional de mobilidade urbana, baseado na prioridade ao transporte individual motorizado, reforça desigualdades espaciais, ambientais e sociais, sobretudo nas cidades espraiadas, onde o acesso a serviços essenciais e espaços naturais é dificultado o que acarreta impactos significativos na mobilidade e em suas conexões com os processos de relocação do ser na natureza, ambientalização e humanização do espaço urbano. Diante desse cenário, a mobilidade urbana, tradicionalmente tratada sob enfoques técnicos e infraestruturais, revela-se insuficiente para enfrentar os desafios da sustentabilidade e da inclusão socioambiental e socioespacial. Nesse contexto, emerge o conceito de ecomobilidade relacional, que propõe uma articulação entre deslocamentos sustentáveis e relações territoriais e humanas no cotidiano urbano. Trata-se de uma perspectiva que vai além da eficiência dos sistemas de transporte, inserindo a mobilidade no âmbito das relações socioespaciais e da justiça ambiental. O objetivo dessa tese foi analisar as conexões e impactos da ecomobilidade relacional na relocação do ser humano na natureza, ambientalização e humanização do espaço urbano a partir das dimensões espacial, ambiental e social. A pesquisa teve como escopo espacial de investigação o espaço urbano da cidade de Nossa Senhora do Socorro/SE, especificamente em 3(três) bairros espraiados pelo processo da urbanização/metropolização da Região Metropolitana de Aracaju/SE. Os dados foram obtidos através dos procedimentos: leitura técnica, com seleção de elementos da paisagem que caracterizam as dimensões espacial, ambiental e social, delimitados nos mapas de cada bairros em buffers na escala de 400m (escala vizinhança), e suas conexões analisadas a partir de indicadores e variáveis mensuráveis na proporcionalidade com as escalas de bairro (400m a 800m) e de cidade (mais de 1.200m), com pontos de coleta definidos via Google Maps e validados em campo, cujo os resultados representam o atributo magnitude de cada ação analisada; leitura participativa com aplicação de questionários para obtenção da percepção dos agentes modeladores do espaço urbano, através da escala de Likert, em uma escala de 5 pontos, variando de extremamente negativa a altamente positiva e com uma classe neutra central o que permitiu converter respostas qualitativas em dados quantitativos mensuráveis por meio do cálculo do Ranking Médio (RM) das pontuações obtidas nas respostas, equivalente ao atributo importância. Os cruzamentos dos dados quantitativos dos indicadores foram estabelecidos em um modelo de Matriz de Impacto da Ecomobilidade Relacional (adaptado da Matriz de Leopold, 1971) e geraram índices de magnitude, conexão e importância que por sua vez definiram os níveis de impacto da ecomobilidade relacional na relocação do ser na natureza, ambientalização e humanização do espaço urbano. A análise dos índices de impacto por dimensão da ecomobilidade relacional nos bairros estudados revelaram disparidades significativas entre os territórios urbanos no que tange à conexão do ser humano com a natureza, à ambientalização e humanização dos espaços e à promoção de uma cidade mais justa e acessível. Estas três dimensões — espacial, ambiental e social — estão intimamente ligadas à noção de justiça socioambiental e socioespacial, as quais pressupõem o acesso equitativo à infraestrutura urbana, à mobilidade sustentável e à qualidade de vida para todos os grupos sociais. Portanto, a ecomobilidade relacional revela-se como uma chave crítica para a superação das dicotomias impostas pela modernidade urbana — natureza/cidade, sujeito/território, mobilidade/fixidez — e como proposta emancipatória capaz de promover transformações nos modos de habitar, deslocar-se e coexistir nas cidades. Ao recentrar o ser humano na natureza e a natureza no cotidiano urbano, esse modelo oferece um horizonte possível e necessário para a construção de cidades mais justas, ecológicas e humanas, como suporte teórico e técnico à formulação de políticas públicas mais integradas e sensíveis às especificidades territoriais e espaciais urbanas.
ODS DA TESE: A tese está alinhada com os ODS - Objetivos de Desenvolvimento Sustentável/ONU, especificamente, o objetivo 11 – Cidades e comunidades sustentáveis, que tem finalidades de tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis, e cuja uma das suas metas (11.3) é até 2030, aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis, em todos os países.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - ***.540.504-** - GESINALDO ATAÍDE CÂNDIDO - UFCG
Externo à Instituição - JOSÉ NILTON DE MELO - IFSE
Externa à Instituição - MARIA JOSÉ NASCIMENTO SOARES - UFS
Externa à Instituição - NÚBIA DIAS DOS SANTOS - UFS
Externo à Instituição - SERGIO LUIZ LOPES - UFRR