Banca de DEFESA: IGOR TAUAN SANTIAGO LOPES DE MACEDO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : IGOR TAUAN SANTIAGO LOPES DE MACEDO
DATA : 31/10/2025
HORA: 09:00
LOCAL: remota
TÍTULO:

ANÁLISE DA VULNERABILIDADE À SECA NA BACIA DO RIO APODI-MOSSORÓ

PALAVRAS-CHAVES:

Nordeste Brasileiro, SPEI, Sistemas Hídricos, Bacias
Hidrográficas, Municípios.

 

PÁGINAS: 60
RESUMO:

A seca, fenômeno natural que tem se intensificado com as mudanças climáticas, representa
uma ameaça crescente para regiões áridas e semiáridas, onde seus impactos afetam
diretamente a segurança hídrica, a produção agrícola e as condições socioeconômicas das
populações. Este estudo avaliou a vulnerabilidade à seca na Bacia Hidrográfica do Rio
Apodi-Mossoró (BHRAM), no semiárido do Rio Grande do Norte, com o objetivo de
identificar as áreas mais suscetíveis à escassez hídrica e subsidiar estratégias de
convivência com o semiárido. A pesquisa considerou múltiplas dimensões —
socioeconômicas, climáticas, ambientais e de gestão hídrica —, analisadas em diferentes
escalas espaciais, desde o domínio da bacia até o nível municipal, levando em conta a
capacidade de adaptação local. Para isso, foi aplicado o modelo iSECA, adaptado às
condições regionais, que integrou indicadores dessas dimensões para compor um índice de
vulnerabilidade espacializado. Os resultados revelaram acentuada desigualdade estrutural
entre as quatro Unidades Delimitadas (UD) da bacia. O Alto Curso apresentou
vulnerabilidade Alta a Extrema, impulsionada por fragilidades socioeconômicas e forte
exposição climática. O Médio Curso Superior mostrou um quadro heterogêneo, com
vulnerabilidade Alta a Muito Alta, influenciada pela irregularidade das chuvas e pela
limitação da infraestrutura hídrica. O Médio Curso Inferior destacou-se como a área menos
crítica, com vulnerabilidade Baixa a Moderada, atuando como zona de amortecimento
devido ao equilíbrio entre exposição e capacidade adaptativa. Por fim, o Baixo Curso foi
classificado como a região mais vulnerável, com predominância das classes Muito Alta e
Extrema, reflexo da elevada demanda hídrica e da baixa capacidade de reservação
superficial. Adicionalmente, foi realizada uma análise de percepção com gestores públicos,
representantes da defesa civil e membros do comitê de bacia, a fim de comparar a
vulnerabilidade modelada com a percepção dos impactos da seca. As respostas
confirmaram a correspondência entre ambos, destacando a agricultura irrigada, a pecuária
e o abastecimento humano como os setores mais afetados. Os resultados demonstram que
a vulnerabilidade à seca na BHRAM transcende a variabilidade climática, refletindo uma
interação complexa entre fatores físicos, sociais e institucionais. O estudo fornece uma
visão abrangente e integrada das múltiplas dimensões da vulnerabilidade, contribuindo para
a formulação de políticas públicas mais resilientes e decisões informadas em diferentes
níveis de gestão. Recomenda-se o fortalecimento da governança hídrica participativa, o
investimento em infraestrutura adaptada ao semiárido, e a promoção da educação e
conscientização comunitária como pilares para uma convivência sustentável e resiliente
com as secas.

 

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2411669 - JONATHAN MOTA DA SILVA
Interno - 3217859 - PEDRO RODRIGUES MUTTI
Externa ao Programa - 2374871 - ZORAIDE SOUZA PESSOA - UFRNExterna à Instituição - GABRIELA DE AZEVEDO REIS - UFC