EFEITOS DA CAFEÍNA SOBRE A MEMÓRIA TIPO-EPISÓDICA E A NEUROGÊNESE HIPOCAMPAL DE RATOS ADULTOS
Cafeína; memória tipo-episódica; hipocampo; giro denteado; neurogênese; sobrevivência neuronal
A cafeína é uma substância psicoativa amplamente consumida em todo o mundo. Embora controversos na literatura, os efeitos benéficos da cafeína em diversos aspectos da saúde humana, incluindo-se o funcionamento cerebral, têm sido propagados pela mídia e indicados como parte de tratamentos farmacológicos. Nesse sentido, estudos têm mostrado que a cafeína promove a melhora da memória através de diferentes mecanismos fisiológicos, os quais poderiam resultar em uma maior eficiência e mudanças na transmissão sináptica, principalmente no hipocampo e neocórtex (ver revisão de Yoshimura, 2005). Foi demonstrado que o consumo de cafeína tem efeitos neuroprotetores melhorando déficits de memória em pacientes com demência e amnésia induzida por escopolamina (Riedel, et al, 1995) e sugerindo sua atuação sobre a estrutura e a função neuronais. Tais relações podem ser decorrentes de ação modificadora do número, tamanho ou forma de espículas dendríticas (sinaptogênese) reorganizando a rede cortical (ver revisão de Yoshimura, 2005). Entretanto, estudos recentes têm revelado que a cafeína reduz a proliferação (Kochman, Fornal & Jacobs, 2009; Han, et al., 2007) e sobrevivência neuronais (Wentz & Magavi, 2009), contradizendo sua ação benéfica sobre a cognição e a memória. Nossa proposta consiste em avaliar os efeitos de doses alta e baixa de cafeína sobre a memória e a neurogênese de ratos Wistar, utilizando tarefas de reconhecimento de objetos, que são dependentes de hipocampo (Barbosa, et al. dados submetidos; Hunsaker & Kesner, 2008).