Discente do PPgEM vence prêmio Folkcom 2025 de melhor artigo de pós- graduação

O doutorando Rafael de Araújo Mélo venceu o prêmio Luitgarde Cavalcanti com

trabalho sobre o Cordel e a Inteligência Artificial.

O discente Rafael de Araújo Mélo, do curso de doutorado do Programa de Pós- graduação em Estudos da Mídia (PPgEM), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), venceu o prêmio Folkcom 2025 na categoria de melhor artigo de pós- graduação. A divulgação foi feita na manhã desta sexta-feira, 31, durante a 22ª Conferência Brasileira de Folkcomunicação.

O artigo “Cordel e Inteligência Artificial: novos modos de presença nos fenômenos estéticos contemporâneos da Literatura Popular” foi inicialmente escolhido como finalista pela coordenação do Grupo de Trabalho no qual foi apresentado e, após a análise dos coordenadores de todos os GTs do evento, a pesquisa foi eleita vencedora. O trabalho premiado é uma investigação sobre o uso da Inteligência Artificial para a produção de objetos da literatura popular na contemporaneidade, como a poesia do cordel, a xilogravura e até mesmo a musicalidade associada à poesia popular. A pesquisa investiga a ocorrência de novos modos de presença na arte popular a partir da I.A.

“A ideia do trabalho nasceu durante a disciplina de Estudos da Mídia e Práticas Sociais, com o professor Sebastião Albano. O trabalho também parte da inquietação pessoal em observar transformações no cordel a partir da Inteligência Artificial”, disse o aluno. O autor, que também é poeta cordelista, é orientado pelo professor Dr. Juciano Lacerda. O artigo completo também será publicado em um ebook da Rede Nacional de Folkcomunicação.

“As imagens alegóricas de um poeta popular do Nordeste brasileiro declamando versos de um folheto de cordel em uma feira livre ou do poeta violeiro entoando rimas de cantoria popular em festivais, ou ainda do xilogravurista talhando a madeira para escupir a folha da arte gráfica visual da capa de um folheto não são mais tão somente as únicas vias de produção e reprodução simbólica da literatura popular. Os sofisticados sistemas de Inteligência Artificial generativa alcançaram a capacidade de produzir objetos sensíveis da literatura popular e promover novos modos de presença nestes fenômenos estéticos contemporâneos”, discute a pesquisa. O prêmio faz uma referência e homenagem a Luitgarde Cavalcanti, antropóloga e professora da UFRJ e da UERJ com importante contribuição na pesquisa em Folkcomunicação no país.

Rafael finalizou com uma estrofe de cordel:

“A I.A. está fazendo
Poesia popular
Mas há como mensurar
O que está acontecendo?
O verso que está nascendo

Da I.A. generativa
É poesia cativa
Ou cálculo de uma meta?
O coração do poeta
Não é I.A. reativa”