Opacidade e Virtualização: uma análise do discurso de Olmo e a Gaivota
Opacidade, Virtualização, Documentário
A presente pesquisa tem como objetivo analisar o discurso do filme e Olmo e a gaivota (Petra Costa e Lea Glob, 2014). Considerando o cinema enquanto um campo no interior do qual diferentes posicionamentos coexistem em relação de concorrência uns com os outros, pretende-se, dessa maneira, a partir de uma perspectiva crítica, analisar o filme em relação ao discurso cinematográfico hollywoodiano – sendo este considerado hegemônico –, buscando compreender como a ideologia e a produção de sentido operam no interior de cada um. Busca-se, ainda, analisar o material linguístico selecionado em relação as restrições impostas pelo documentário, enquanto gênero específico da esfera cinematográfica, que possibilitam a distinção existente entre o documental e o ficcional. Ademais, pretende-se analisar o filme sob a luz do conceito de virtualização proposto por Luiz Augusto Rezende (2013), bem como a partir das noções de opacidade e transparência como estabelecidos por Ismail Xavier (2005). Nossa hipótese é a de que Olmo e a Gaivota constitui uma formação discursiva que, consciente dos poderes da linguagem e a partir de uma perspectiva crítica, se inscreve em uma relação de força contra o do espetáculo hollywoodiano. Utilizando-se de operações que, ao invés de tornar invisível seu processo de enunciação, informam o espectador sobre as regras jogo comunicacional do qual faz parte e o desafia a participar ativamente do processo de produção de sentido da obra.