BRANQUITUDE NA TV:
UMA ANÁLISE DO TELEJORNALISMO NA BAHIA, MATO GROSSO DO SUL E SANTA CATARINA
Estudos da Mídia. Produção de Sentido. Telejornalismo. Estudos de raça. Branquitude.
Esta tese analisa a representatividade racial no telejornalismo a partir de pesquisas quantitativa e qualitativa com jornalistas e da observação ativa de noticiários televisivos de três estados brasileiros: Bahia, maior população negra do Brasil; Santa Catarina, maior número de brancos do país; e Mato Grosso do Sul, região que apresenta proporção equivalente de pretos, pardos e brancos. Isto porque a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que 54,9% da população brasileira é composta por negros, trazendo à reflexão a seguinte questão: em um país constituído, majoritariamente, por brancos, pardos e pretos, é possível verificar o perfil de cor ou raça preponderante entre os profissionais que atuam em frente às câmeras nos estados estudados? Em que medida esse perfil reflete desigualdades e/ou privilégios com relação ao acesso a oportunidades de inserção no mercado do telejornalismo? É possível que estes rostos contribuam para reproduzir ou perpetuar elementos de desigualdade racial na sociedade brasileira? Os fundamentos teóricos contam com autores como Cardoso (2008, 2010, 2017, 2020), Kilomba (2019), Piza (2003, 2005, 2010) e Sodré (1999, 2014), que trazem uma discussão sobre raça, além de Martín-Barbero (2013) e Mattos (2010), que abordam aspectos relacionados à televisão e ao noticiário de TV. Espera-se que o resultado da pesquisa possa fomentar o debate sobre a representatividade racial no jornalismo brasileiro