VAI NA FÉ: UM ESTUDO SOBRE A CONSTRUÇÃO DO AUMENTO DAS RELAÇÕES INTER-RACIAIS NA TELENOVELA DA REDE GLOBO
protagonismo negro; racismo, produção de sentido; telenovela; Vai na Fé.
A telenovela brasileira é um dos produtos audiovisuais de maior importância ao Brasil. Através das suas narrativas e tramas, a teledramturgia nacional é vista por milhões de pessoas. Contudo, sabe-se que poucas oportunidades foram dadas à classe artística negra para que eles conseguissem posições de destaque nessas obras. A situação se torna ainda mais delicada quando se é interpelado onde estão os romances desses personagens. Eles têm direito ao amor? Dito isso, o objetivo deste trabalho é analisar os casais inter-raciais da telenovela Vai na Fé, novela de Rosane Svarman, exibida em 2023 pela Rede Globo, às 19h. O intuito desta pesquisa é destacar a quantidade expressiva desses pares românticos ao longo da sua exibição, que foi um total de onze. O tom popularesco da trama trouxe ao centro do protagonismo personagens negros que muitas vezes foram marginalizados e invisibilizados em outras obras. Ainda assim, a maior parte do elenco negro de Vai na Fé pertencia ao núcleo pobre da telenovela, o que reforça o estereótipo já bastante visto. A hipótese levantada por esse estudo é que o aumento da construção das relações inter-raciais em Vai na Fé tentou romper com a invisibilidade da classe artística negra na teledramaturgia brasileira, ainda que tenha reverberdo a estereotipagem do preto pobre. Para a compressão do tema abordado nesse trabalho, utilizaremos Lopes (2003, 2009, 2019) e Hamburger (2005, 2011) que trazem estudos acerca da história da telenovela brasileira. Para entender o negro na telenovela, abordaremos Araújo (2000, 2006, 2008) e Sodré (1999). Para compreendermos as invisibilidades, representação, interseccionalidade, a violência vivido pelo povo preto e racismo estrutural traremos Nascimento (1978), Gonzalez (2020), Almeida (2019), Hall (2016) e Akotirene (2019). Traçamos como metologia a análise crítica da narrativa de Motta (2013), do modo quali-quantitativa.