O efeito dos invertebrados aquáticos na decomposição foliar: uma meta-análise
Decomposição; detrito foliar; escala global; invertebrados; meta-análise.
Até o momento não há um estudo que objetivou sintetizar a magnitude e variação do papel dos invertebrados aquáticos sobre a decomposição do detrito foliar em ambientes aquáticos. Além disso, existe uma falta de conhecimento sobre qual é o impacto geral desses pequenos organismos na decomposição foliar. Além do mais, existe um quantidade de controvérsias sobre como e quais devem ser os fatores mais influentes nesse processo ecológico. O objetivo deste estudo foi através de uma abordagem meta-analítica, entender como estes organismos afetam a decomposição foliar em ecossistemas aquáticos, e como este efeito varia de acordo com aspectos ecológicos e metodológicos. Foram incluídos estudos que avaliaram as taxas de decaimento exponencial na presença e ausência de invertebrados, sendo abordadas apenas as variáveis presentes em mais de 90% dos estudos do banco de dados. Como esperado, a presença dos invertebrados acelera a decomposição foliar e sua magnitude do efeito em escala global é consistente. Este efeito não difere em relação ao tipo de ecossistema (lótico ou lêntico), temperatura ou latitude. Portanto, esta análise contradiz o argumento que invertebrados tem um maior papel na decomposição em ecossistemas de altas latitudes enquanto microrganismos deveriam ser mais importantes mais próximo aos trópicos. Não observou-se nenhum viés ou quanto aos métodos de exclusão dos invertebrados ou ainda quanto a diferença entre as malhas. Apesar de ser difícil afirmar que não existem efeitos aditivos da exclusão experimental ou ainda a diferença entre as malhas. Provavelmente outros parâmetros não foram incluídos nesta análise poderiam explicar o efeito dos invertebrados na decomposição foliar, entretanto um insuficiente número de parâmetros disponíveis dificultam mais avaliações. Esta síntese conclui que o papel acelerador dos invertebrados detritívoros deveria ser incluída em modelos biogeoquímicos. Mais especificamente, estes modelos deveriam incorporar parâmetros como a origem do detrito e a duração experimental.