Contribuição à citogenética de testudines e análise de assimetria flutuante em Eretmochelys imbricata, Cheloniidae.
Citogenética, Mesoclemmys tuberculata, FISH, Assimetria Flutuante e Eretmochelys imbricata
O presente trabalho procurou contribuir ao conhecimento da ordem Testudines sob o ponto de vista citogenético e morfológico. A respeito dos aspectos citogenéticos foi realizada a caracterização da espécie Mesoclemmys tuberculata (n=5), endêmica da caatinga, através de técnicas de citogenética convencional e molecular. Esta espécie apresentou 2n=58, NF=64, primeiro par submetacêntrico, o segundo metacêntrico e o terceiro subtelocêntrico, sendo os demais micromossomos telocêntricos. Esta espécie apresentou um par portador nucleolar, coincidente com DNAr ribossomal 18S e que se mostrou heterocromático. Pequenos blocos heterocromáticos também foram encontrados em regiões centroméricas dos maiores cromossomos, assim como em regiões terminais na maioria dos outros cromossomos do complemento, que se mostraram GC+. Seqüências teloméricas mostraram padrões variáveis de intensidade de sinal, sendo que alguns repeats foram mais intensos nos microcromossomos e de forma sutil nos maiores. Os padrões de bandamento G quando comparadas com outras espécies do gênero mostraram uma pronunciada similaridade entre ambas. Sob o ponto de vista morfológico, realizou-se estudos de assimetria flutuante em Eretmochelys imbricata, tartaruga marinha, através de métodos de aferição comparativa entre filhotes e adultos e as suas implicações na seleção natural. A partir dos valores de assimetria encontrados foi calculado o valor de herdabilidade estricto para essas características, com o calculo baseado em apenas um parental. As fêmeas adultas não apresentaram assimetria flutuante bilateral (AF=0) quanto ao número de placas do casco e plastrão, enquanto os filhotes, vivos e mortos, apresentaram variação. Na análise entre fêmeas X filhotes encontrou-se diferença significativa para as características de número de .placas do casco (p=0,006) e largura da nadadeira posterior (p=0,001) entre estes grupos. Os níveis de AF sugerem um indicador eficiente quanto à viabilidade ou manutenção do indivíduo até a fase reprodutiva. Ao analisarmos o coeficiente de herdabilidade (h2) da AF observou-se que ambas apresentam valores baixos, e não significativo estatisticamente (p>0,1)