SATURAÇÃO EM CO2 E REGULAÇÃO METABÓLICA DO BACTERIOPLÂNCTON EM ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS DE BAIXA LATITUDE.
Dióxido de carbono; bacterioplâncton; metabolismo; produção; respiração
Ecossistemas aquáticos continentais são frequentemente emissores de CO2 para atmosfera, e as bactérias planctônicas são atuantes nesse cenário pela respiração da matéria orgânica dissolvida, sobretudo em baixas latitudes. Neste estudo, foi avaliado o grau de saturação de CO2 (pCO2) e o metabolismo bacteriano em 100 ecossistemas aquáticos continentais de clima úmido e semiárido do Nordeste Brasileiro (Rio Grande do Norte) em setembro de 2012. Dos 100 sistemas avaliados, 71% foram eutróficos e hipereutróficos e 90% foram supersaturados em CO2. Apesar da escala de variação latitudinal ter sido de apenas dois graus, observamos uma variação ampla nos níveis de pCO2. Quanto ao metabolismo bacteriano, as taxas de Respiração Bacteriana (RB) foram elevadas, e a Produção Bacteriana (PB) foi relativamente baixa, resultando nas mais baixas eficiências de crescimento bacteriano (mediana <1%) registradas na literatura para dados limnológicos. Não registramos relações diretas entre a RB e a pCO2, o que pode estar relacionado a ausência de precipitação e baixa entrada de carbono alóctone para subsidiar a RB e heterotrofia no período estudado. A heterogeneidade das características intrínsecas de cada ecossistema leva a fatores explanatórios divergentes entre PB e RB. Nossos resultados parecem sustentar o novo paradigma tropical a respeito da pouca importância da incorporação de carbono microbiano para sustentação da produção secundária aquática em detrimento na evasão de CO2 liberado pela respiração.