BIOECONOMIA DA CAATINGA: A CADEIA PRODUTIVA DA CERA DE CARNAÚBA COMO ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO NO SEMIÁRIDO NORDESTINO
desenvolvimento regional; bioeconomia, caatinga; sustentabilidade; cera de carnaúba; Nordeste
A questão ambiental emerge como uma discussão importante e que deve ser considerada no contexto das análises de desenvolvimento econômico a partir da segunda metade do século XX. A partir do século XXI toda e qualquer discussão sobre desenvolvimento e crescimento econômico não pode mais desconsiderar as mudanças climáticas enquanto variáveis determinantes para a formulação de políticas públicas. O propósito deste trabalho é investigar a realidade econômica e social nordestina e identificar uma possível alternativa amparada nos conceitos da bioeconomia - a exploração da cera de carnaúba - que contribua para o processo de desenvolvimento na região Nordeste, mais especificamente no sertão do Rio Grande do Norte. Os estudos sobre desenvolvimento regional demonstram que muito da realidade socioeconômica do Nordeste - e mais ainda do perímetro que compreende o semiárido - se deve a uma combinação de sua formação histórica, política e social com uma crônica falta de planejamento e a uma ausência institucional de valorização das potencialidades locais na formulação de políticas públicas. Quanto à bioeconomia tem-se que, embora sua conceituação permaneça ainda fluida nos dias atuais, existem três grandes correntes de pensamento que se debruçam sobre as questões econômicas e ambientais - biotecnologia, biorrecursos e bioecologia. Cada uma dessas vertentes possui características particulares e embasam suas teorias em fundações diversas, em termos científicos. A revisão de literatura e a análise descritiva da cadeia de valor da cera de carnaúba, a partir da coleta e análise de dados secundários disponibilizados pelo IBGE, apontam que existe uma lacuna a ser explorada no setor, ou seja, investimentos na área podem configurar potencial ferramenta de mudança do cenário historicamente desfavorável enfrentado pelo sertão nordestino e potiguar e sua população, tanto em termos econômicos como sociais, já que a aplicação da bioeconomia no bioma caatinga surge como alternativa ambientalmente sustentável e economicamente viável para o desenvolvimento local e regional.