Banca de DEFESA: RAPHAEL LOPES MONTEIRO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RAPHAEL LOPES MONTEIRO
DATA : 14/08/2024
HORA: 18:30
LOCAL: REMOTO
TÍTULO:

DIFERENCIAL COMPENSATÓRIO OU SEGMENTAÇÃO? UMA ANÁLISE DO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO BASEADA NO MODELO DE MUDANÇA ENDÓGENA COM CÓPULAS


PALAVRAS-CHAVES:

Informalidade; mercado de trabalho; viés de seleção; diferenças compensatórias; segmentação; regressão com mudança endógena; cópula.


PÁGINAS: 74
RESUMO:

Este estudo investiga as disparidades de renda entre trabalhadores formais e informais com base em uma metodologia recente que possibilita resultados robustos para avaliar se há evidências de segmentação no mercado de trabalho brasileiro ou se existem vantagens compensatórias que justifiquem uma preferência do trabalhador pela ocupação informal. Utilizando dados da PNAD Contínua de 2023 e um modelo de regressão de mudança endógena com cópulas, o estudo controla o viés de seleção separadamente entre os ocupados formais e informais, além de explorar o Efeito de Tratamento Médio (Average Treatment Effect - ATE). Além disso, as estimativas realizada para o ano de 2023 foram replicadas para os anos de 2018 a 2022, com o intuito de verificar a existência de um padrão ao longo do tempo. Isso possibilita uma analise das possíveis diferenças compensatórias monetárias e não monetárias para os ocupados formais e informais no país desse período. Para os formais e os informais ocupados nos setores público, privado e nos serviços domésticos, a análise do viés de seleção apresenta evidências favoráveis à existência de um diferencial compensatório negativo no trabalho formal, indicando que este grupo tende a aceitar uma redução na renda líquida em troca de benefícios trabalhistas. No entanto, após controlar todas as características observadas e não observadas, o ATE revela que os informais ainda recebem, em média, 6,56% a menos. Isso sugere que, para além da ausência de direitos trabalhistas, os informais nos setores público, privado e doméstico tendem a ter uma penalização monetária, o que sugere a existência de segmentação de mercado para essa parcela dos trabalhadores. Já, para os ocupados por conta própria e empregadores, o viés de seleção é o principal fator que explica a diferença de remuneração, indicando que as características individuais explicam grande parte da disparidade de renda do trabalho. Quando controladas as características observáveis e não observáveis, o ATE revela que os ocupados informais por conta própria ou empregadores recebem, em média, 1,85% a mais do que os formais. No entanto, a análise de dados de anos anteriores (2018-2022) revela que essa vantagem é mais sensível em anos de baixo dinamismo da atividade econômica, sugerindo maior instabilidade para esses trabalhadores. Em síntese, o estudo demonstra que a informalidade no Brasil está associada a uma penalização na renda do trabalho para aqueles que se encontram empregados no setor público, privado e nos serviços domésticos, enquanto que para os empregadores e ocupados por conta própria pode ser observado uma leve vantagem para os informais, ainda que esses se mostrem mais vulneráveis às oscilações econômicas. De forma geral, a análise separada do viés de seleção e do efeito de tratamento médio contribuem para uma compreensão mais profunda das disparidades de renda e possibilita a orientação na formulação de políticas públicas para reduzir a informalidade e as desigualdades de renda no mercado de trabalho.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2330704 - CASSIANO JOSE BEZERRA MARQUES TROVAO
Interno - 2323056 - DIEGO DE MARIA ANDRE
Externo à Instituição - ALEXANDRE GORI MAIA - UNICAMP
Notícia cadastrada em: 06/08/2024 11:35
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