Análise econométrico-espacial do suicídio no Brasil
Suicídio; Econometria espacial; Dados em painel; Primeira diferença.
O presente estudo tem por objetivo geral analisar as taxas de suicídios registradas nos municípios brasileiros nos anos de 2000 e de 2010, associando esse fenômeno a variáveis econômicas, meteorológicas e sociais. A análise parte das ideias defendidas por Durkheim (2000), que vê o suicídio como um problema social, e não individual. Para tanto, foram utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento (PNUD), do Departamento de Informática do SUS (DATA-SUS) e da base de informações meteorológicas da Universidade de Delaware. Para isso, utilizou-se de um painel espacial balanceado com primeira diferença, bem como de outras ferramentas da econometria espacial, considerando a matriz de distância mínima, ao qual leva em consideração que cada município tenha ao menos um vizinho. Com o teste focado, verificou-se que o modelo espacial mais adequado seria o de defasagem espacial, SAR, evidenciando que a variável dependente (taxa de suicídios) é parcialmente determinada pelos valores da mesma variável nos vizinhos. Entre os principais resultados, constatou-se que existe relativo efeito transbordamento do suicídio entre os municípios brasileiros. Além disso, pode-se evidenciar que as variáveis taxa de envelhecimento, desemprego, Gini e temperatura média possuem relação positiva com a taxa de suicídios; por outro lado, a razão de dependência, a extrema pobreza, o IDHM, a proporção de divórcios e o volume de chuvas possuem relacão negativa com a variável de interesse.