DINÂMICA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA NO PERÍODO 2002-2017: UMA ESTIMAÇÃO DA LEI DE KALDOR - VERDOORN
Lei de Kaldor - Verdoorn; Crescimento econômico; Produção; Produtividade
Este trabalho procura analisar a dinâmica da indústria Brasileira considerando a Lei de Kaldor-Verdoorn que propõe existir uma relação positiva entre a produção e produtividade. A literatura econômica comprova, através de dados empíricos que há estreita relação do nível do produto per capita dos países com o grau de industrialização, e que há também, nas várias nações, associação estreita entre o crescimento do PIB e da Indústria manufatureira. Segundo Thirlwall (2005) os países que crescem com maior rapidez tendem a serem, aqueles em que a participação da indústria no PIB aumenta com mais velocidade. No entanto, confere aqui ressaltar que principalmente para os países subdesenvolvidos, a participação da indústria para o crescimento da economia é de suma importância necessariamente na promoção de emprego e renda. Nesse contexto, o dinamismo da indústria merece destaque, assim como, os estímulos ao aumento da produtividade e da produção, bem como, a relação existente entre ambas. Os trabalhos de Kaldor (1975) e Verdoorn (1949) trouxeram para a teoria econômica o embasamento teórico e empírico da relação positiva entre a produtividade e a produção. Na medida em que a produção aumenta, há uma forte tendência de que a produtividade acompanhe este movimento ao longo do tempo, sendo válida em períodos de expansão econômica. Portanto este trabalho buscou analisar o grau de dinamismo da indústria brasileira no período de 2002 a 2017, testando os pressupostos da lei de Kaldor - Verdoorn, desse modo, foram aplicados testes de cointegração proposto por Johansen (1990) e o teste de causalidade de Granger (1969) para se conhecer a relação de equilíbrio de longo prazo das variáveis analisadas que são estimadas em um o modelo vetor autoregressivo – VAR, em um contexto de um vetor de correção de erros – VECM. Buscou-se também, conhecer o período exato das mudanças estruturais do modelo, através do teste de Bai-Perron (2003), onde se pôde concluir que as variáveis têm datas de quebras similares, sendo a do ano de 2008 a mais relevante e foco de análise deste trabalho. Os resultados confirmam que existe uma relação de equilíbrio positiva entre a produção da indústria e a produtividade do setor industrial, no entanto, constata-se que em períodos de quedas na produção, o crescimento da produtividade advém mais de outros fatores não captados no modelo, o que evidencia que a lei, só é válida em períodos de expansão da economia. Assim, pode-se afirmar que a indústria brasileira no período em questão, tem um grau de dinamismo razoável.