O Câmbio pela Ótica da Microestrutura:Analisando o câmbio Através da Perspectiva da Volatilidade
Câmbio; Microestrutura; Volatilidade; DCC-GARCH.
Os modelos de microestrutura ganharam bastante espaço na literatura econômica, surgindo
como um contraponto aos baseadas puramente em fundamentos macroeconômicos. Desta
forma o esforço passou a ser em microfundamentar o mercado de câmbio, partindo
de hipóteses comportamentais dos agentes envolvidos neste mercado. Assim surge na
literatura uma nova variável chave, conhecida como o fluxo de ordens, com diversas
modelagens relacionando o comportamento da mesma ao comportamento do câmbio. Com
a confirmação da relevância do fluxo de ordens nas taxas de câmbio como também já
estimado por diversos autores as magnitudes de seus impactos, este trabalho passa a
utilizar uma nova abordagem: os modelos de heterocedasticidade condicional multivariados.
A partir do modelo microeconômico proposto por Evans e Lyons (2007), ao especificar
a relação entre risco e taxa de câmbio, estimamos como a volatilidade nas variáveis de
risco são transmitidas ao câmbio, testando também seus efeitos sobre os fluxos de ordens.
Utilizando o DCC-GARCH, estimou-se as correlações dinâmicas, observando a ocorrência
de transferência de volatilidade entre as variáveis de risco e preço, mostrando que existe
transferência de volatilidade entre as variáveis de risco e taxas de câmbio, com destaque
para o CDS. Em relação as variáveis de fluxo de ordens, na maioria dos casos a relação foi
inconsistente ou muito baixa, obtendo resultados inconclusivos, concluindo que os agentes
reagem as alterações das variáveis de risco modificando primariamente o preço do câmbio,
ao invés de alterar seus portfólios.