ANÁLISE DA ESTRUTURA GENÉTICA POPULACIONAL DA PIRAÚNA (Cephalopholis fulva: SERRANIDAE) AO LONGO DA COSTA E ILHAS OCEÂNICAS BRASILEIRAS
Cephalopholis fulva, genética populacional, d-loop, panmixia, pleistoceno.
O Brasil possui cerca de 8500 km de litoral e diante desta dimensão, a pesca se tornou no Brasil uma importante fonte de proteína animal para consumo humano. O histórico nacional na pesca mostra um crescimento da produção pesqueira marinha até 1985 e a partir deste período, registrou-se um contínuo decréscimo. A partir do ano de 2003 as estatísticas pesqueiras apontam para certa [UTF-8?]“recuperação†da produção pesqueira total, o que provavelmente esta relacionada a uma mudança na estratégia pesqueira. Esta mudança de estratégia se deu quando espécies menos e de menor valor comercial, porém muito abundantes, passaram a serem alvos da pesca comercial. A piraúna, Cephalopholis fulva (Serranidae) é uma destas espécies alvo que vem sofrendo uma maior pressão pesqueira nos últimos anos. Afim de fornecer dados sobre a real situação da diversidade genética destas populações, diversos marcadores moleculares vem sendo utilizados para esta finalidade. O prévio conhecimento da variabilidade genética é crucial para o manejo e conservação da biodiversidade. Neste intuito, sequências da Região Controle (d-loop) do DNAmt da espécie Cephalopholis fulva (Serranidae) de cinco pontos geográficos da costa brasileira (Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Espírito Santo) e o Arquipélago de Fernando de Noronha (FN) foram sequenciadas e sua diversidade genética analisada. Os valores de Fst se revelaram muito baixos (0.0246 a 0.000), indicando intenso fluxo gênico entre os pontos amostrados; Os os índices h e [UTF-8?]Ï€ indicam um contato secundário entre linhagens alopátricas previamente diferenciadas ou a grandes e estáveis populações com longa história evolutiva; Os testes de Fu e Tajima indicaram expansão populacional para as populações costeiras; As diferenças par-a-par revelaram um padrão unimodal para a maioria das populações, exceto FN, que exibiu padrão bimodal. O SSD indicou estabilidade populacional em FN e expansão na costa. Os dados encontrados indicam um cenário de pronunciada panmixia. Diferentemente de outras espécies do Atlântico que foram profundamente afetadas por eventos Pleistocênicos, os padrões genético populacionais presentes em C. fulva parecem estar relacionados a eventos mais recentes ocorridos a cerca de 130.000 anos.