AMAZÔNIA INSULAR BRASILEIRA: A INFLUÊNCIA DO TURISMO NO DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL NO ESTADO DO AMAPÁ
Amapá. Turismo. Desenvolvimento humano e social.
O turismo vem sendo apresentado no âmbito das políticas públicas como um viés para o desenvolvimento da Amazônia. O argumento central dessas propostas sugere que a atividade turística seja capaz de estimular as economias receptoras, gerando emprego e renda, ao mesmo tempo em que os recursos naturais disponíveis são conservados. No entanto, apesar de apresentar avanços no campo do debate ambiental, o delineamento das políticas de turismo termina por seguir um viés econômico-comercial, no qual as oportunidades tendem a se concentrar nas áreas mais urbanizadas e nas grandes cidades. No Amapá, único ente federativo brasileiro isolado por acesso terrestre do restante do país, a questão se torna ainda mais complexa, uma vez que o turismo é apontado como estratégia de resolução para os mais variados problemas. O estado apresenta uma situação peculiar, no qual cerca de 72% do seu território total se encontra abrangido por áreas protegidas por lei, mas não efetivadas na prática. Questões como a carência de infraestrutura e os altos custos para o acesso e deslocamento intrarregional acentuam as desigualdades percebidas, visto que apenas uma minoria da população consegue de fato alcançar os poucos benefícios gerados. Baseado neste panorama, este estudo propõe uma discussão sobre o impacto do turismo no desenvolvimento humano e social do Amapá, a partir da percepção de atores locais envolvidos no fenômeno. Trata-se de um estudo de caso único com viés exploratório e de abordagem qualitativa. Com relação às técnicas, serão realizadas pesquisa documental, bibliográfica e estudo de campo com entrevista semiestruturada. O escopo final prevê o debate a partir de quatro dimensões: (a) Dimensão de orientação, que analisará o tratamento dado para o turismo no âmbito das políticas públicas locais; (b) Dimensão político-administrativa, que discutirá o papel do Estado na efetivação do planejamento e na construção/expansão de oportunidades e capacitações; (c) Dimensão de mensuração, que analisará os resultados formais do desenvolvimento humano e social no estado; e (d) Dimensão das percepções, que abordará a visão dos atores sociais sobre os impactos do turismo percebidos em suas vidas.