Nova Rotina Operacional no Contexto da Pandemia COVID-19: um Estudo da Qualidade de Vida no Trabalho no Setor Hoteleiro
qualidade de vida no trabalho; hotelaria; gestão de pessoas; COVID-19.
Em virtude da natureza de suas operações, o turismo tem enfrentado diversas crises econômicas, ambientais, e mais recentemente, a crise sanitária da COVID-19, que alterou a forma de conviver em sociedade e trouxe desafios para as gestões organizacionais. Nessa direção, as relações de trabalho foram fragilizadas, evidenciando a necessidade do desenvolvimento de práticas voltadas a qualidade de vida no trabalho, como forma de redução de agentes estressores e más condições de trabalho, além de fortalecer a proteção contra riscos à saúde do funcionário. Diante deste contexto, a presente pesquisa objetiva analisar a qualidade de vida no trabalho em meios de hospedagens, a partir da implantação dos protocolos de segurança sanitária decorrentes da pandemia COVID-19. A fundamentação do tema proposto está amparada pelo modelo BPSO-96, de Limongi-França (1996) com enfoque biopsicossocial e pelos oito critérios de Walton (1973) para avaliar a qualidade e vida no trabalho. Para tanto, o ponto de partida concentrou-se na revisão sistemática de literatura, com base na metodologia Knowledge Development Process – Constructivist (ProKnow-C). A investigação empírica se deu pela abordagem qualitativa, com o método de estudo de casos múltiplos em um hotel situado em Ponta Negra e dois resorts na via Costeira de Natal/RN, combinado com entrevistas semiestruturadas com os gestores de RH, coordenadores de hospedagem/qualidade, recepcionistas e camareiros, além de pesquisa documental e observação participante. Os dados foram examinados por meio da análise de conteúdo temática, proposta por Bardin (1977) e da triangulação metodológica entre métodos distintos, os quais possibilitaram evidenciar que os protocolos de biossegurança da COVID-19 foram adequados aos ambientes e ofereceram mais cuidado e segurança aos trabalhadores para desempenharem suas funções. Conclui-se, portanto, que embora tenham contribuído para aumento do volume de trabalho e desgaste emocional, os protocolos implantados tiveram um impacto positivo, pois trouxeram confiança ao retornar às atividades. A pesquisa traz contribuições para a gestão de pessoas, uma vez que foram identificadas as dimensões do modelo BPSO mais presentes na percepção dos funcionários e fizeram apontamentos para as melhorias sobre QVT. A partir desse conhecimento produzido, os gestores poderão ter um direcionamento prático e definir políticas que alcancem diretamente as necessidades e satisfação dos trabalhadores.