IMPACTOS DA TECNOLOGIA NOS PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS: UM ESTUDO NO SETOR HOTELEIRO
Gestão de Pessoas. Processos. Tecnologia. e-RH. Setor Hoteleiro.
O presente estudo tem como objetivo investigar os impactos do uso da tecnologia nos processos de gestão de pessoas do setor hoteleiro. Nas últimas décadas, evidencia-se no campo de gestão de pessoas a viabilidade de novas oportunidades de negócios, ao ritmo em que o capital humano passa a ser reconhecido como fonte de vantagem competitiva, sustentável e de difícil imitação. Os hotéis, por fazerem parte do setor de serviços, são profundamente dependentes do comportamento de seus colaboradores. Por isso, torna-se pertinente investigar práticas de gestão de pessoas aplicadas a este contexto. Essa investigação, parte do pressuposto de que o uso da tecnologia nos processos de gestão de pessoas (e-RH), poderá conduzir estas empresas a uma vantagem competitiva superior. Em termos metodológicos, a pesquisa possui uma abordagem qualitativa, exploratória e descritiva. Em um primeiro momento, uma amostra de dez empreendimentos hoteleiros foi investigada, com o intuito de identificar a inserção das aplicações tecnológicas aos seguintes procedimentos: recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho e remuneração e recompensa dos colaboradores. Para nortear o estudo, entrevistas foram realizadas com os principais gestores da área em cada unidade. Apoiado no método de análise de conteúdo e auxilio do software NVivo Versão 10, os dados foram categorizados e chegou-se aos seguintes resultados: os hotéis em sua maioria possuem uma gestão de pessoas fragilizada, dependente de outras áreas e com processos considerados tradicionais. Embora, exista impactos tecnológicos, o e-RH ainda se encontra em fase inicial e longe de um planejamento estratégico mais abrangente. Em algumas atividades, percebe-se um maior esforço tecnológico, enquanto outras, encontram-se vulneráveis. A tecnologia tem auxiliado principalmente em rotinas administrativas de recrutamento, compensação, avaliações e treinamentos. Porém, ainda não se visualiza uma força de trabalho preparada para mudanças. Por fim, chega-se à conclusão que, para que os hotéis venham a evoluir para um campo estratégico de e-RH, não é suficiente apenas mudanças pontuais, existe a necessidade de transformações mais amplas, que envolva aspectos valorativos e culturais dos que fazem parte.