CORRELAÇÃO ENTRE VARIABILIDADE DE FREQUÊNCIA CARDÍACA E
SONO COMO PREDITOR DE PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL
envelhecimento; saúde mental; variabilidade da
frequência cardíaca; sono;
polifarmácia; dispositivos vestíveis.
Introdução:
O envelhecimento populacional global representa importantes desafios para
a saúde pública, especialmente no que se refere à saúde mental e ao bem-
estar psicológico de pessoas idosas.
Objetivo:
Investigar as associações entre parâmetros fisiológicos objetivos,
especificamente a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e os padrões
de sono obtidos por dispositivos vestíveis e desfechos de saúde mental em
idosos.
Métodos:
Trata-se de um estudo transversal com 122 idosos residentes na
comunidade, recrutados em duas cidades do Nordeste do Brasil.
Instrumentos padronizados foram aplicados para avaliar sintomas de saúde
mental, qualidade do sono e variáveis clínicas. Os participantes utilizaram
relógios inteligentes por sete dias consecutivos para o monitoramento da
VFC e dos parâmetros do sono.
Resultados:
Observou-se alta prevalência de estresse (72,3%) e sintomas depressivos
(49,6%), e menor prevalência de sintomas ansiosos (31,9%). Os sintomas
depressivos estiveram significativamente associados à polifarmácia,
sonolência diurna, má qualidade do sono e menores médias e valores
máximos de frequência cardíaca. A análise de regressão logística indicou
que polifarmácia, sonolência diurna, baixa frequência cardíaca máxima e má
qualidade do sono foram preditores independentes de sintomas depressivos.
O sexo feminino e o aumento da vigília noturna estiveram significativamente
associados aos sintomas de ansiedade. Para o estresse, apenas o índice
triangular da VFC apresentou associação significativa.
Conclusão:
Os dispositivos vestíveis demonstram potencial para triagem de sintomas de
depressão e estresse em idosos, associados à polifarmácia, sonolência
diurna, qualidade do sono e frequência cardíaca. Mulheres apresentaram
maior risco para sintomas de ansiedade. É necessária a validação adicional