QUALIDADE DO SONO E FRAGILIDADE EM IDOSOS COMUNITÁRIOS:
RESULTADOS DO ESTUDO PRO-EVA
Idoso. Qualidade do sono. Síndrome da Fragilidade.
Introdução: As alterações fisiológicas e psicológicas decorrentes do
envelhecimento humano podem impactar os padrões de sono, como a
redução da eficiência do sono, a fragmentação e a maior incidência de
distúrbios como, a insônia e a apneia do sono. Estudos recentes apontam
que a má qualidade do sono poderia estar associada à Síndrome da
Fragilidade (SF) em pessoas idosas. A SF é caracterizada por um declínio
multissistêmico do organismo, resultando no aumento de resultados
adversos, como quedas, hospitalização,institucionalização e mortalidade.
Objetivo: investigar a relação entre qualidade do sono e a Síndrome da
Fragilidade em idosos que vivem em comunidade. Métodos: trata-se de um
estudo transversal que foi realizado em Parnamirim/RN. A população do
estudo foi composta por idosos de ambos os sexos com 60 anos ou mais.
Foram aplicados questionários para avaliação de variáveis
sociodemográficas, antropométricas, condições crônicas, desempenho
físico, síndrome da fragilidade e qualidade do sono. A qualidade do sono foi
avaliada pelo Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), e a
Síndrome de Fragilidade pelo fenótipo proposto por Fried et al. Para analisar
a relação entre as variáveis de sono e a fragilidade medidas de associação,
enquanto a ANOVA One-way foi utilizada para comparar a média entre os
componentes do PSQI e as categorias do Fenótipo de Fragilidade. Por fim,
uma regressão linear múltipla foi realizada para verificar a associação entre
as variáveis estudadas. Resultados: A amostra foi composta por 281 idosos
comunitários, com média de idade de 70,5 anos, sendo 65,5% classificados
como pré-frágeis e 16,4% como frágeis, de acordo com o Fenótipo de
Fragilidade de Fried. Observou-se que 66,5% apresentaram má qualidade do
sono, avaliada pelo PSQI. Na análise bivariada, 84,8% dos idosos frágeis
tinham má qualidade do sono, e 45,7% desses faziam uso frequente de
medicamentos para dormir. A regressão logística multinomial mostrou que o
uso de medicamentos para dormir (p=0,010) e a disfunção diurna (p=0,025)
foram significativamente associados à fragilidade. Conclusão: Esses
resultados sugerem uma associação entre a má qualidade do sono e a
fragilidade em idosos, onde o uso de medicamentos, e a ausência de hábitos
regulares do sono podem influenciar esta associação.