Comparação do Desempenho Funcional de Triatletas Amadores Conforme o Perfil de Comportamento e a Duração Média do Sono
sono, desempenho atlético, equilíbrio postural, resistência física
Introdução: O sono tem papel fundamental na recuperação e no desempenho de atletas, especialmente em modalidades de alta demanda como o triatlo. Além da duração, o comportamento do sono, incluindo hábitos, regularidade e higiene, também pode impactar o rendimento físico, embora ainda haja escassez de estudos com medidas objetivas de desempenho funcional em triatletas. Objetivo: Comparar o desempenho em testes de resistência muscular e equilíbrio dinâmico entre triatletas com diferentes perfis de comportamento do sono, bem como entre grupos com média de duração do sono mensal superior e inferior a 6h30min por noite. Métodos: Estudo transversal com 52 triatletas amadores, alocados em três grupos segundo o perfil de comportamento do sono (bom, moderado e ruim) avaliado pelo Athlete Sleep Behavior Questionnaire (ASBQ), e em dois grupos segundo a duração média mensal de sono (≥6h30 e <6h30 por noite). Foram aplicados testes clínicos para resistência de rotadores externos de ombro, extensores de joelho e quadril, e flexores plantares, além do Y-Balance Test (YBT) para equilíbrio dinâmico bilateralmente. A análise estatística incluiu ANOVA, teste t de Student, MANOVA e correlação de Spearman (p ≤ 0,05). Resultados: Triatletas com duração média de sono ≥6h30 por noite apresentaram melhor desempenho no YBT quando comparados ao grupo com duração média de sono <6h30. Os maiores alcances para o lado dominante foram: anterior [diferença média (DM) = 3,76 cm; intervalo de confiança (IC) 95%: 0,34 a 7,17] e póstero-medial (DM = 6,43 cm; IC 95%: 0,80 a 12,06), além do escore composto (DM = 6,42 cm; IC 95%: 0,39 a 12,44). E para o membro não dominante (NDOM): o alcance póstero-lateral (DM = 6,38 cm; IC 95%: 1,10 a 11,67). Em relação ao comportamento do sono, houve diferença significativa apenas na resistência dos rotadores externos do ombro NDOM (p = 0,038), com valores inferiores no grupo com pior comportamento de sono. Observou-se ainda correlação negativa entre o escore do ASBQ e a resistência do ombro NDOM (ρ = –0,318; p < 0,05). As demais variáveis não apresentaram diferenças significativas entre os grupos. Conclusão: Maior duração média de sono está associada a melhor desempenho em tarefas de equilíbrio dinâmico, e um pior comportamento de sono se relaciona a menor resistência muscular. A inclusão do sono no monitoramento esportivo pode contribuir para a prevenção de lesões e otimização da performance em triatletas. Novos estudos com delineamento longitudinal e medidas objetivas de sono são recomendados.