Sobre o Excesso no Infravermelho Médio em Sistemas Binários Espectroscópicos
Discos de Detritos, Estrelas Binárias Espectroscópicas, Excesso no Infravermelho.
A presença de material circunstelar é vista como um poderoso indicativo para a formação de
sistemas planetários semelhantes ao nosso Sistema Solar. Sabe-se que estrelas binárias próximas
têm zona de habitabilidade mais extensa quando comparadas às estrelas individuais, tornando-as
alvo de diversas pesquisas, no entanto, estudos sobre discos de detritos em sistemas dessa natureza
ainda são incipientes. Diante dessa conjuntura, busca-se através desta tese, discos de detritos em
sistemas binários espectroscópicos. A amostra foi obtida do banco de dados WEBDA, contendo
inicialmente 25 aglomerados abertos com as maiores populações de estrelas binárias espectros-
cópicas disponíveis, totalizando 1033 candidatas. A busca por excesso no infravermelho ocorreu
nas bandas 3,4 μm, 4,6 μm, 12 μm e 22 μm do WISE e foi realizada através de um comparativo
a partir das SEDs (Spectral Energy Distribution) obtidas pelos dados fotométricos oriundos das
missões GAIA, 2MASS e WISE e da curva sintetizada gerada pelo modelo BT-Settl, disponível na
plataforma virtual VOSA (Observatory Sed Analyzer). As estrelas com excesso no infravermelho
passaram por inspeção visual e tiveram suas latitudes galácticas verificadas, resultando em uma
amostra final com 6 sistemas binários espectroscópicos com presença de disco confirmadas. Após
esses procedimentos, foram calculados os principais parâmetros que caracterizam os discos de de-
tritos e, dentre outros resultados, foi possível verificar que sistemas binários espectroscópicos não
evoluídos, pertencentes a aglomerados abertos, podem abrigar discos circumbinários estáveis.