Evolução do índice de freio magnético para estrelas do tipo solar.
rotação estelar, freio magnético, distribuição e estatística
O presente trabalho é baseado nos efeitos do freio magnético para a evolução da perda de momento
angular e, consequentemente, a relação entre rotação estelar e idade. Em geral, essa taxa de perda
definida por dJ/dt depende da velocidade angular Ω na forma dJ/dt ∝ Ω^{q}, onde q é um
parâmetro da mecânica estatística não-extensiva. No contexto da rotação estelar, esse parâmetro
está diretamente relacionado com o índice de freio. Para q igual à unidade, o cenário de saturação
do campo magnético é recuperado. Tal abordagem foi proposta e investigada por de Freitas e De
Medeiros para estrelas de campo não saturadas. Nesta tese, propomos uma nova abordagem não-
extensiva para a evolução da rotação estelar com base no modelo Reiners e Mohanty.
Desenvolvemos uma versão não-extensiva do torque de Reiners e Mohanty, e comparamos com o
modelo proposto por de Freitas e De Medeiros, usando uma amostra de velocidade (v seni) para
∼16000 estrelas F e G de campo. Como resultado, mostramos que os modelos de Kawaler e
Reiners-Mohanty exibem fortes discrepâncias em relação ao domínio de validade do índice
entrópico q. Essas discrepâncias são principalmente devido à sensibilidade do raio estelar. Os
nossos resultados também mostraram que o modelo de Kawaler modificado é consistente dentro
de um amplo alcance de massa, enquanto o modelo Reiners e Mohanty é restrito a massas menores
do que estrelas do tipo G6.
Nós também dedicamos parte desta tese para estudar o comportamento evolutivo do índice de
freio magnético para estrelas fora da sequência principal. Nessa abordagem, consideramos que o
índice de freio sofre uma variação ao longo da evolução da estrela, ou seja, não é uma constante,
mas depende do efeito de dI/dt. Assim, justificamos o fato de as estrelas gigantes do tipo G serem
regidas pela mesma lei de Skumanich. Todavia, deve ser corrigida de um fator. Nesta tese,
mostramos que esse fator é devido a não-conservação do volume da estrela, que se torna mais
evidente em estágios evolutivos mais tardios, como é o caso das gigantes. Constatamos que o efeito
de dI/dt é melhor considerando que o volume da estrela não é conservado.