Estudo da Topologia de Microlentes Gravitacionais e a Descoberta de Exoplanetas Distantes.
microlentes gravitacionais, exoplanetas, detecção
Na última década, o número de exoplanetas descobertos cresceu exponencialmente, principalmente devido as observações realizadas pela missão Kepler, que no ano de 2016, juntamente com observações da missão K2, publicou a descoberta de 1284 planetas de uma só vez. Estas descobertas foram feitas utilizando o método de trânsito planetário, que não possui sensibilidade para planetas de baixa massa muito distantes de suas estrelas. Então a maioria das descobertas apresenta planetas gigantes com órbitas próximas às suas estrelas. Em contrapartida, a técnica de detecção através de microlentes gravitacionais é sensível à planetas de baixa massa em órbitas de 0.5 AU até 10 AU. Esta técnica pode detectar planetas em estrelas de baixa luminosidade, pois, depende apenas do campo gravitacional combinado da estrela-planeta, o que seria difícil para as outras técnicas que dependem da luz emitida pela estrela. Até o momento, foram descobertos 47 planetas através desta técnica, que é uma quantidade relativamente pequena comparada com os outros métodos. Nesta dissertação mostramos de maneira detalhada as equações por detrás da teoria de microlentes gravitacionais e suas aplicações na detecção de planetas distantes de baixa massa. Nos focamos na caracterização e análise de sistemas com topologia fechada, em que o planeta tem entre 10^-5 e 10^-6 da massa da estrela e com seu semi-eixo maior em torno de 1 AU, que são sistemas com características de massa e distância parecidos com o sistema Sol-Terra. Também apresentamos uma sugestão de parametrização para o parâmetro de impacto \mu_0 e o ângulo de impacto \alpha de forma a reduzir o tempo de busca em curvas de luz geradas a partir de sistemas com topologia fechada ou close. Apresentamos ainda os principais passos para o desenvolvimento de dois algoritmos que utilizam o método semi-analítico de resolução da equação da lente e o método de simulação por força bruta "Inverse Ray Shooting" (IRS) respectivamente. Esses códigos simulam a topologia e curva de luz de eventos de microlentes gravitacionais, e foram usados para produzir todas as figuras e gráficos apresentados nesta dissertação. Ao final, demonstramos a capacidade do modelo semi-analítico na simulação de curvas teóricas e comparamos essas curvas com eventos reais de microlentes gravitacionais.