Nanoestruturas magnéticas do tipo núcleo-casca: um estudo do impacto do campo dipolar
Nanopartículas bimagnéticas, produto energético máximo, paredes de domínio, vórtice magnético, interação dipolar
Apresentamos um estudo teórico acerca das nanoestruturas bimagnéticas do tipo núcleo-casca. Tais nanoestruturas consistem de um núcleo composto de um material e uma camada de revestimento de uma material diferente. Esses sistemas têm se mostrado promissores em várias aplicações tecnológicas. O presente trabalho analisou nanopartículas com dois tipos diferentes de geometria, a esférica e a cilíndrica. Partículas com formato esférico pode ser empregada como peça fundamental na construção de imãs permanentes
de alto desempenho, pois podem apresentar melhorias expressivas no produto energético máximo, (BH)max, do sistema. O (BH)max é um parâmetro chave, pois ele determina se um material é bom para imã permanente. Nossos resultados mostram que o (BH)max pode ser melhorado significativamente, uma partícula SmCo5(d=3,5 nm)@Fe(d = 3,0 nm) apresenta (BH)max= 842,8 kJ/m3, cerca de 3,7 vezes maior que o (BH)max do SmCo5 que é considerado um bom imã permanente. No entanto a utilização desse tipo de partícula pode também prejudicar o produto energético do sistema, pois uma nanopartícula com a composição SmCo5(d=21,0 nm)@Fe(d = 7,0 nm) apresenta (BH)max= 192 kJ/m3, que é menor que o (BH)max para o SmCo5. Discutiremos nesse trabalho as razões do aumento do produto energético, bem como da diminuição do mesmo. No que compete as nanoestruturas com geometria cilíndrica, estas tem sido estudadas em diversas aplicações, como nano osciladores e memórias magnéticas. Dessa forma, conhecer o perfil magnético e o
comportamento da magnetização no processo de desmagnetização é de grande relevância. Um cilindro de Permaloy com diâmetro de 57,0 nm de altura de 21,0 nm apresenta em remanência a magnetização no estado vórtice, e este pode ser inibido quando o mesmo cilindro é revestido por uma camada de Fe com formato de anel cilíndrico com espessura de 12,0 nm separada por uma camada não magnética. Além disso, nanoestruturas cilíndricas com dimensões onde a magnetização apresenta-se de maneira uniforme, em remanência, podem passar a apresentar vórtice magnético quando revestida por uma casca magnética. Mostramos ainda que pares de paredes de domínio podem ser formados em anéis cilíndricos acoplados via campo dipolar com um cilindro interno e o controle da posição das paredes de domínio pode ser feito na presença de campos bastante modestos. Essas e outras características foram exploradas e serão expostas adiante.