OFENSIVA DO CAPITAL E DESMOBILIZAÇÃO DAS FORÇAS DO TRABALHO: as estratégias gerenciais burguesas para a desarticulação das classes trabalhadoras
Capital. Trabalho. Lutas de Classes. Desmobilização. Estratégias Gerenciais.
A problemática que confere contornos a esta pesquisa é a questão do processo histórico de desmobilização dos movimentos das classes trabalhadoras. Seu objeto de estudo, no entanto, e o que lhe particulariza, diz respeito a uma parcela desta problemática; trata de um conjunto de determinações forjadas e mediadas pelas estratégias burguesas de gerência para a conformação das circunstâncias necessárias à dominação e à condução das forças de trabalho em suas operações nos processos de trabalho para a produção da mais-valia em sua variante material. O que investigamos são, pois, as estratégias de desarticulação de que a burguesia se utiliza, sob o manto dos subsídios conceituais e interventivos da sua gerência nos processos de trabalho e o crivo das lutas de classes, para obstaculizar a união dos trabalhadores; estorvar os movimentos proletários. Estratégias gerenciais que, intencionalmente ou não, incutem nas relações sociais de produção meios de produzir e reproduzir, ativar e reativar, condições de incitamento do individualismo e da concorrência entre os próprios trabalhadores. Veremos, assim, por meio da análise, centralmente, das estratégias fundamentais da gerência burguesa e seus fundamentos, que se hegemonizaram com a reestruturação produtiva de 1970, que a desarticulação, e também a desmobilização, é uma condição concreta, é uma condição objetiva, que está para além de uma questão que pode ser "resolvida" apenas com o esclarecimento cognitivo, apenas com a formação intelectiva crítica. No cotidiano dos espaços de trabalho perpassados pelas estratégias gerenciais burguesas existem elementos, então, que operam como uma força material colocando importantes dificuldades à articulação dos trabalhadores, à solidariedade do proletariado; elementos que põem significativos empecilhos a uma consciência e pertencimento de classe; elementos que agem em favor da atomização do trabalhador – ainda que engendre, no mesmo processo, como uma contradição, potencialidades de resistência e luta às forças do trabalho.