Trabalho e informalidade: contribuições para a crítica ao desenvolvimento turístico
Turismo. Trabalho. Informalidade. Desenvolvimento.
O desenvolvimento das forças produtivas em sua expressão contemporânea engendra atividades de trabalho na informalidade. No âmbito da atividade turística, mais particularmente, para além do turismo como expressão do mercado produtor e consumidor de produtos e serviços culturais e de lazer, este estudo deteve-se aos determinantes das relações de trabalho que se desenvolvem em um espaço particular da cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil, o entorno do Centro Cultural Dragão do Mar, no bairro da Praia de Iracema. O crescimento das atividades turísticas na realidade de Fortaleza compõe o processo de modernização conservadora do Ceará, conformando no mesmo território e de forma concomitante relações sociais de trabalho constituídas por atividades/produtos culturais sofisticados e atividades/serviços precários e arcaicos. Na totalidade das relações sociais de produção, nas sociedades capitalistas, das quais o trabalho informal – objeto central de nosso estudo – gerado, sobremaneira, no âmbito da atividade turística constitui uma totalidade de menor complexidade. No âmbito das relações materiais, buscamos compreender como a informalidade ganha vulto no processo de reestruturação produtiva, assumindo cada vez mais qualidade estrutural. No entorno do Centro Cultural Dragão do Mar as demandas estão centradas para atividades de venda de alimentos e bebidas cuja oferta emerge da real necessidade de sobrevivência e cuja demanda surge do fluxo de lazer e de turismo no local e em seu entorno. Existindo várias distinções entre as categorias de trabalhadores informais na área estudada. As determinações das atividades dos ambulantes no entorno do Dragão do Mar são muito diversas, contendo em comum a marca da instabilidade, da precariedade das condições e relações de trabalho, da degradação da vida humana e barbárie, incontornáveis nesse espaço.