O trabalho dos(as) Assistentes Sociais na saúde mental no município de Natal/RN: uma análise das competências e atribuições profissionais no contexto da nova morfologia do trabalho
Trabalho Profissional. Nova Morfologia do Trabalho. Competências e Atribuições Profissionais. Sofrimento e/ou Adoecimento Psicossocial. Reforma Psiquiátrica Brasileira.
O trabalho profissional desenvolvido por Assistentes Sociais inseridos(as) no campo da saúde mental, como objeto de estudo, tem se tornado cada vez mais uma necessidade imprescindível e urgente para problematização no âmbito acadêmico e no cotidiano profissional. A apreensão das particularidades que envolvem essa inserção profissional, torna-se relevante em diversos aspectos, pois a partir dessa reflexão é possível o entendimento relativo aos limites, os desafios e as possibilidades vivenciadas nos espaços sociocupacionais que estes(as) profissionais estão inseridos(as). Conectada a essa problematização, ressalta-se a importância da reflexão acerca das competências e atribuições profissionais que são desempenhadas por essa categoria profissional, que a tornam essencial para o processo de produção e reprodução das relações sociais na sociabilidade do capital, considerando os rebatimentos no contexto da nova morfologia do trabalho. Nessa perspectiva, o estudo objetivou analisar as competências e atribuições dos/as Assistentes Sociais exercidas no trabalho no âmbito da política de saúde mental no município de Natal/RN no intuito de apreender os desafios postos com a nova morfologia do trabalho. Teve como lócus de estudo os dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do município de Natal/RN que tem em seu quadro profissional Assistentes Sociais. A pesquisa contou com uma abordagem metodológica do tipo quantiqualitativa, foi fundamentada pelo método dialético-crítico e desenvolvida em três etapas específicas: a revisão de literatura, pesquisa documental e de campo. Com essa produção obteve-se como principais resultados a necessidade do aprofundamento teórico-conceitual dos(as) profissionais acerca das problematizações propostas, inclusive, a nitidez na distinção entre competências profissionais e atribuições privativas; particularidades na saúde mental; elementos de convergência entre o ideário da Reforma Psiquiátrica Brasileira e os fundamentos do Projeto Ético-Político do Serviço Social e sobre a nova morfologia do trabalho. Por meio dessa pesquisa, foi suscitada também a reflexão relativa à importância da produção do conhecimento relacionado ao sofrimento e/ou adoecimento psicossocial no âmbito da sociabilidade do capital, haja vista que esse processo de adoecimento apresenta determinações complexas e multifacetadas, que refletem na materialidade e na subjetividade das pessoas e resultam em adoecimentos físicos e/ou psicossociais.