O LUGAR DAS MULHERES NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NO BRASIL: UM ESTUDO SOBRE RELAÇÕES PATRIARCAIS DE GÊNERO NO IFRN CAMPUS NATAL CENTRAL
Palavras-chave: Patriarcado. Educação. Divisão sexual do trabalho. IFRN.
Esta dissertação busca analisar as condições materiais e os desafios enfrentados por mulheres estudantes da educação profissional e tecnológica matriculadas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), mais especificamente a partir de um recorte feito com alunas do Campus Natal Central. A pesquisa ora apresentada buscou analisar as condições de permanência e êxito destas mulheres da classe trabalhadora no IFRN, refletindo sobre os desafios enfrentados por elas em uma sociedade classista, racista e patriarcal e considerando o contexto do Brasil atual, permeado pelo avanço do conservadorismo, pela perda de direitos e pelo recrudescimento da violência misógina. As análises partiram de noções como “patriarcado” e “educação”, buscando refletir, com embasamento histórico, como o modelo educacional atual e as políticas governamentais tratam a questão da educação voltada à diversidade e a equidade dos sujeitos. Ademais, também foi pesquisado e discutido como as desigualdades patriarcais de gênero se apresentam no espaço escolar do IFRN Campus Natal Central e como são percebidas pelas estudantes. Em relação aos procedimentos metodológicos, o estudo, de caráter qualitativo, utilizou-se do método materialista histórico-dialético para um processo de aproximação à essência dos fenômenos, buscando assim apreender o objeto em suas múltiplas determinações. Além da realização de pesquisa bibliográfica-documental, foi realizada pesquisa de campo através de entrevistas semiestruturadas com onze estudantes do Campus Natal Central, selecionadas buscando diversidade em critérios como classe, raça e curso no qual estão inseridas. Das onze entrevistas realizadas, cinco ocorreram de maneira presencial e seis aconteceram de maneira remota por meio de aplicativos de mensagens, devido a um contexto específico de isolamento social e suspensão das aulas presenciais, vivenciado no ano de 2020 em todo o mundo. A pesquisa pretende contribuir com um maior conhecimento dos(as) profissionais do Serviço Social, da educação e áreas afins acerca das históricas e culturais formas de exploração e opressão da mulheres, baseadas no patriarcado.