Geomorfologia do Talude Continental Adjacente ao Alto de Touros, NE do Brasil
Margem Equatorial, Batimetria Multifeixe, Morfologia, Cânions submarinos.
Localizada na Margem Equatorial Brasileira (MEB) a área de estudo integra a mais nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultra profundas. Entretanto, a MEB carece de estudos e a área selecionada no extremo leste da Bacia Potiguar, é uma das menos conhecidas. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi mapear através da batimetria multifeixe a região no Talude Continental Brasileiro, adjacente ao Alto de Touros (RN) entre as isóbatas de 100 e 2.000 m de profundidade. A partir da análise e interpretação dos dados foram tecidas considerações sobre o fundo marinho. Ao longo da área de estudo foram identificados pela primeira vez 10 cânions submarinos, os quais foram divididos em dois grupos: A e B, quanto as características morfológicas. Os cânions do grupo A possuem extensão média de 14.5 km e largura de 2.5 km, enquanto os cânions do grupo B são maiores com extensão média de 21 km e largura de3. 5 km. A declividade do Talude Continental, apresentado nos perfis batimétricos, apresentaram uma variação de 0o a 50o. Na parede dos cânions foram encontradas feições de ravinamento e ravinas de alimentação, feições circulares e sulcos no talude médio, terraços, desfiladeiros e cicatrizes de deslizamentos no talude externo e bacia oceânica. Essas feições morfológicas no talude do Alto de Touros, em comparação com outras regiões de talude, fornecem potencias indicações sobre variações do nível do mar. Os resultados contribuem para o conhecimento da evolução da margem equatorial e do talude, bem como subsídios para instalações de empreendimentos offshore no nordeste brasileiro de forma sustentável.